Presidentes e líderes na Câmara e no Senado de nove partidos de Oposição decidiram uma agenda comum para ação imediata. As prioridades são o aumento do auxílio emergencial para o valor pago ano passado, de R$ 600, a aceleração do processo de vacinação e a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito no Senado (já aprovada) e na Câmara para investigar ações e omissões do governo Bolsonaro em relação à Covid-19, que já matou mais de 356 mil brasileiros.
Os nove partidos (Cidadania, PC do B, PDT, PSB, PSOL, PT, PV, Rede e UP) decidiram ainda convocar uma Plenária Nacional do Impeachment, reunindo as instituições e pessoas responsáveis pelos mais de 100 pedidos de impedimento do presidente Jair Bolsonaro apresentados à Câmara dos Deputados.
Os partidos signatários representam um terço da Câmara e menos do que isso no Senado, mas reúnem legendas presentes no segundo turno das eleições presidenciais e responsáveis por governos estaduais, particularmente no Nordeste. Chama atenção também a presença do PDT, cujo postulante mais forte à Presidência, Ciro Gomes, assinou um manifesto pela Democracia com cinco outros candidatos, na maioria de centro ou centro-direita.
O documento reúne a maior bancada da esquerda, o PT, e partidos que sempre questionaram o que consideram hegemonismo excessivo da legenda de Lula, como o Cidadania de Roberto Freire e a Rede Solidariedade de Marina Silva e Randolfe Rodrigues. É um leque mais amplo, por exemplo, do que o do apoio a Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, no segundo turno contra Jair Bolsonaro em 2018. Cumpre registrar, em contrapartida, que o documento não trata das eleições de 2022.
Eis a íntegra da nota divulgada pelas legendas da oposição de esquerda:
"Reunidos nesta terça-feira (13/04), presidentes e líderes no Legislativo de nove partidos de oposição decidiram unificar e intensificar ações para enfrentar a gravíssima crise brasileira, que só poderá ser superada com um combate efetivo à pandemia e a Jair Bolsonaro, responsável por transformá-la num verdadeiro genocídio.
Nossa primeira preocupação é com a defesa da vida e com a sobrevivência da população brasileira, que precisa com igual urgência de um plano eficaz de vacinação em nível nacional e do restabelecimento do auxílio emergencial de R$ 600, dentre outras medidas para preservar o país e a economia da tragédia que este governo representa.
Além de reforçar as ações no âmbito do Congresso para apurar as responsabilidades de Bolsonaro e seu governo, por meio de CPIs no Senado e na Câmara dos Deputados, conclamamos a sociedade brasileira à mobilização pelo impeachment de Jair Bolsonaro, por todos os crimes que já cometeu contra o país e o povo brasileiro.
Os nove partidos que assinam este documento se comprometem a:
1.Defender a integridade e a efetividade da CPI do Senado para apurar os crimes do governo Bolsonaro na condução da pandemia;
2.Trabalhar em conjunto pela criação e instalação de uma CPI na Câmara com o mesmo objeto;
3.Trabalhar em conjunto pela votação e aprovação no Congresso do auxílio emergencial de R$ 600;
4.Convocar a Plenária Nacional do Impeachment, reunindo os autores dos mais de 100 pedidos de abertura de processo contra Bolsonaro por crimes de responsabilidade;
5.Organizar um ato político nacional em defesa da vacina, do auxílio emergencial e do Fora Bolsonaro;
6.Apoiar as inciativas dos movimentos sociais e da sociedade civil no sentido de enfrentar a pandemia e dar um basta ao governo criminoso de Bolsonaro.
Brasília, 13 de abril de 2021
Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Partido Democrático Trabalhista (PDT)
Partido Socialista Brasileiro (PSB)
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
Partido dos Trabalhadores (PT)
Partido Verde (PV)
Rede Sustentabilidade (REDE)
Cidadania
Unidade Popular (UP)