A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, investirá R$ 10 milhões em três redes de Inteligência Artificial (IA) no Estado do Rio de Janeiro. As redes serão nas áreas de energias renováveis, impacto agroambiental e mudanças climáticas, coordenada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); uma segunda na área de imageamento, cidades inteligentes e gestão pública de saúde, reunindo o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e o Instituto Militar de Engenharia (IME); e a terceira é focada em energia e educação virtual, em uma parceria da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).
A rede de energias renováveis será coordenada pelo professor Álvaro Luiz Gayoso de Azeredo Coutinho, da UFRJ, e se dedicará ao centro de excelência digital e inteligência artificial do Rio, o Hub.Rio, com atuação nas áreas de energias renováveis e mudanças climáticas, bioeconomia de alto desempenho e empreendedorismo de impacto agroambiental no cinturão verde fluminense.
A segunda rede será na área da saúde e do diagnóstico (foto); das cidades inteligentes e como mitigar os impactos ambientais através da compostagem de resíduos orgânicos. Coordenada por Roberto Imbuzeiro Moraes Felinto de Oliveira, do IMPA, a rede atuará ainda na gestão e no controle de prestação de serviços públicos de saúde.
A realidade virtual e a criação de conteúdos educacionais serão objetos da terceira rede, sob coordenação de Marley Maria Bernardes Rebuzzi Vellasco, da PUC-Rio. Esta rede também se dedicará ao setor de óleo e gás do Rio de Janeiro.
Este edital da Faperj busca transformar o Estado em um centro de excelência e referência em inovação frente aos desafios da revolução digital.
Para a diretora científica da Faperj, Eliete Bouskela, a linha de pesquisa relacionada à Inteligência Artificial é extremamente atual.
- Este é o primeiro edital lançado pela Agência sobre 'IA', uma linha de pesquisa moderna e necessária. Houve a formação de três redes, e temos a satisfação de observar a participação expressiva de grupos do interior do Estado. A Faperj considera que é parte de sua missão o apoio a grupos emergentes que podem melhorar suas possibilidades de evoluir cientificamente - disse Eliete.
O edital é pioneiro e ocorre no momento em que a pandemia do coronavírus acelerou fortemente o imperativo da transformação digital na sociedade, em especial para empresas, instituições de ensino e setor público. Nos próximos anos, a capacidade de coletar e gerenciar grandes volumes de dados e de construir plataformas digitais, demanda fortemente ligada ao uso de Inteligência Artificial, será crucial para diversos setores econômicos, bem como para o fornecimento de serviços públicos.
Segundo o diretor de tecnologia da Faperj, Maurício Guedes, a integração de competências e esforços em Inteligência Artificial na forma de redes poderá trazer para o Rio de Janeiro grandes ganhos nos próximos anos.
- Muito em breve a IA entrará em nossas vidas de uma forma não imaginável há poucos anos. Da medicina à agricultura, dos transportes ao lazer, em todos os campos de nossas vidas cotidianas estaremos utilizando ferramentas de IA. E a Inteligência (humana) associada à capacidade empreendedora terá enormes oportunidades para geração de emprego e renda em nosso estado - destacou Guedes.
De acordo os gestores, a pandemia está precipitando uma verdadeira revolução tecnológica nos setores de saúde e de educação, que dependerão cada vez mais de tecnologias como realidade virtual, big data e Inteligência Artificial para se adaptar às novas demandas impostas pela necessidade de distanciamento social. Com o avanço do trabalho remoto, as cidades também irão sofrer grandes transformações, tornando-se mais descentralizadas e “inteligentes”. Neste sentido, a urgência trazida pelas mudanças climáticas que acelera a tendência de transição energética e, assim, força a diminuição do impacto ambiental de setores tradicionalmente poluentes, como a cadeia de petróleo e gás.