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Haddad cresce no Nordeste e empata com Ciro Gomes

Na semana após facada, Bolsonaro abre margem e corta rejeição

Por Cezar Faccioli em 15/09/2018 às 00:27:47

Haddad cresce no Nordeste e aparece no retrovisor (Infografia: André Barroso)

Na semana em que foi confirmado como substituto de Lula na chapa do PT, no prazo final fixado pelo Tribunal Superior Eleitoral para a troca, Fernando Haddad chegou a 10%. O crescimento foi de dois pontos sobre o levantamento anterior da XP/Ipespe. A coleta de dados foi feita por telefone, com mil eleitores de todas as regiões do Brasil, entre os dias 10 e 12 de setembro. A maior parte da ascensão do ex-prefeito de São Paulo se deu no Nordeste, em que passou de 5% para 19% das preferências e empatou tecnicamente com Ciro Gomes, que tem 21% das intenções de voto na região.

O equilíbrio entre os dois principais disputantes do legado eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se repete quando considerada a amostragem total. Em alta há três semanas, acentuada depois do debate na TV Gazeta, Ciro Gomes (PDT) alcançou 12%, seu mais elevado índice desde o começo da série, em abril deste ano. A ascensão não permitiu, contudo, que o ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco deixasse o empate técnico em que se encontra com Geraldo Alckmin (PSDB), estacionado em 9%, e Marina Silva (Rede Solidariedade), que perdeu cinco pontos em duas semanas e caiu de 13% para 8%.

Faltando três semanas para o primeiro turno, predomina um grande equilíbrio na disputa por uma das vagas no segundo turno. A outra a cada rodada parece mais consolidada para Jair Bolsonaro. O ex-capitão atingiu 26% na pesquisa estimulada e 20% na espontânea, ante 10% e 5% para Haddad e 12% e 6% para Ciro Gomes. A intenção espontânea, em que não são apresentados nomes ao eleitor, reflete uma preferência mais firme, mais provável de ser concretizada em voto. Mesmo proibido de se candidatar, Lula ainda é o predileto na pesquisa espontânea para 9% dos eleitores, atrás apenas de Bolsonaro, com 20%

O crescimento de Haddad se deu principalmente nos segmentos em que Lula, seu padrinho político, tradicionalmente pontua bem. Assim, na faixa dos eleitores com ensino médio ou fundamental, o ex-prefeito de São Paulo pulou de 4% para 15%. Entre as pessoas com renda até dois salários mínimos, o salto foi menor, de 4% para 10%.

As boas notícias para Bolsonaro se estendem ao seu calcanhar de Aquiles, a rejeição. Os eleitores que não votariam de forma alguma no ex-capitão somam 57%, uma expressiva queda de cinco pontos percentuais em uma semana. Essa taxa é inferior às de Marina (64%) e Alckmin (60%), essa em empate técnico pela margem de erro da pesquisa ser de três pontos. Fernando Haddad empata em rejeição com Bolsonaro (57%), embora seja desconhecido de 16% dos eleitores, ante 5% do candidato do PSL. 

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