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Relatório britânico revela quais são os efeitos colaterais da vacina AstraZeneca

Pesquisadora diz que efeitos colaterais são pequenos comparados aos benefícios

Por Claudio Rangel em 25/04/2021 às 09:00:00

Pesquisadora diz que efeitos colaterais da AstraZeneca podem durar até três dias. Foto: Reprodução

Estudo da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA) publicado na última quinta-feira (22) revelou que os efeitos colaterais provocados pela vacina da Oxford University/AstraZeneca e Fiocruz atingem mais de uma pessoa a cada 10, principalmente as menores de 65 anos.

Os ensaios clínicos envolveram 23 mil participantes. As reações mais comuns foram sensibilidade ou dor no local da injeção, cefaleia, fadiga, mialgia, mal-estar, febre, arrepios, artralgia e náuseas.

A maioria das reações adversas foram de gravidade ligeira a moderada, com duração de alguns dias após a vacinação. Já as consequências após a aplicação da segunda dose foram notificadas com menos frequência.

Reações no Brasil

De acordo com a pesquisadora do Comitê de Acompanhamento Técnico-Científico das Iniciativas Associadas a Vacinas para a Covid-19 e do comitê de especialistas em vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS), Cristina Toscano, as estatísticas indicam que apenas a ocorrência de 4 em um milhão de vacinados apresentaram efeitos colaterais da vacina astrazeneca/oxford.

“É um risco pequeno se comparado ao benefício”, disse Toscano durante a 2ª Oficina sobre Vacinas promovida pela Fiocruz nesta quinta-feira. E para frisar bem, ela apresentou gráficos estatísticos que indicam que o uso da pílula anticoncepcional, do tabagismo e da própria Covid-19 oferecem mais riscos de provocar trombose do que a vacina AstraZeneca.

“Aqui no Brasil, houve somente um caso suspeito, e a porcentagem é semelhante à taxa na população em geral. No caso de uma pessoa vacinada apresentar dor no peito e dificuldade em respirar, o Ministério da Saúde aconselha a procurar atendimento médico”.

“Por outro lado, são raros casos tromboembólicos, como os vistos no Reino Unido e na União Europeia. Eles surgiram de quatro a 20 dias após a aplicação da primeira dose, numa proporção de 100 registros para cada 25 milhões de vacinados no mundo. São eventos raríssimos de trombose (formação de coágulos sanguíneos) associados à trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas).

Fonte: Fiocruz

Duração dos efeitos

Segundo a pesquisadora, a duração média dos efeitos colaterais da vacina astrazeneca/Oxford é de no máximo três dias. Esses efeitos não são suficientes para impedir a pessoa de trabalhar. A não ser em casos de trombose. Porém, tais casos são raros. No Brasil, foi detectado apenas um caso:

“Observamos no mundo inteiro, inclusive na Índia, uma taxa de eventos não notificados muito menor. Questões genéticas estão sendo avaliadas”, disse.

Quanto à eficácia da vacina contra a covid-19, Toscano alerta para que se mantenham as medidas de prevenção. A pesquisadora lembra o caso do Chile, em que a população se descuidou após a primeira dose, porém os casos aumentaram naquele país.

“De acordo com os estudos de efetividade, precisamos de duas doses. Se relaxar as medidas logo após a primeira dose a infecção pode acontecer”, alertou.

Cristina Toscano concluiu dizendo que numa reunião da OMS realizada nesta quinta-feira, foi informado que a AstraZeneca também parece evitar casos de novas infecções e que por isso ajudaria a reduzir a transmissão. “Sabemos que a vacinação rápida é importante para evitar novas variantes”.

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