Três trabalhadores mantidos em condições idênticas a de escravos foram libertados pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do Ministério do Trabalho, que também identificou 14 funcionários sem registro e um menor que atuava na colocação de veneno. O resgate ocorreu durante operação realizada entre os dias 3 e 13 de setembro, na fazenda de pecuária extensiva em São Félix do Xingu, no Pará.
A coordenadora da ação, a audiota-fiscal Andreia Donin, acha que a fazenda abrigava um número maior de trabalhadores explorados de modo ilícito Isso porque o explorador dos trabalhadores percebeu a chegada do Grupo Móvel e deu ordens para que os empregados abandonassem os alojamentos. "Isso mostra que ele sabia da ilegalidade", disse.
A auditora revela que o empregador mantinha os empregados em condições de trabalho e de vida "impactantes": “As paredes da área de vivência não tinham vedação e um grupo vivia no meio da mata, em barracas de plástico. O banho e necessidades fisiológicas eram realizados no meio da vegetação. A água para higiene e para o consumo pessoal era extraída por baldes de uma cisterna descoberta, havendo contaminação por folhas, sapos e insetos. O local de preparo de refeições era a céu aberto”, disse Andreia Donin.
Segundo informa o Ministério do Trabalho, o dono da fazenda é reincidente. Ele não teve o nome divulgado. A propriedade já recebeu 57 autuações por desrespeito às obrigações trabalhistas e de segurança do trabalho. “Nem mesmo os direitos rescisórios dos trabalhadores resgatados ele quis fazer o acerto”, afirmou.
O Grupo Móvel é formado por cinco auditores fiscais do Trabalho, um procurador do Ministério Público do Trabalho, um defensor público federal e pela escolta do Batalhão de Polícia Ambiental do Pará. A operação na região sudoeste do estado ocorreu entre os dias 3 e 13 de setembro.