Se mantiver o ritmo de crescimento do ano, a economia carioca deve voltar ao patamar pré-pandemia em setembro, de acordo com o Boletim Econômico do Rio. O documento foi divulgado pelo prefeito Eduardo Paes, no Palácio da Cidade, em Botafogo, na Zona Sul, na manhã desta segunda-feira (19/7). O diagnóstico foi elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, que tem como titular Chicão Bulhões.
A aceleração da campanha de vacinação contra a Covid-19 permitiu um aumento na estimativa do PIB municipal deste ano, que deve apresentar um crescimento real de 5%, após queda estimada de 5,6% em 2020. Outro ponto positivo é que o mercado de trabalho também cresceu nos últimos meses. De janeiro a maio deste ano, foram gerados 16 mil empregos. Sendo metade apenas no último mês. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a maior parte é no setor de serviços, segmento da economia carioca que mais emprega pessoas.
- Entendemos que esta cidade tem um enorme potencial. Temos uma secretaria que busca atrair investimentos, trazer para um balcão único todos os processos de licenciamento e facilitar a vida daqueles que desejam empreender na cidade do Rio. Como consequência, esperamos mais riqueza, investimentos e empregos sendo gerados – disse o prefeito Eduardo Paes.
Desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS) para acompanhar o comportamento da economia no município, o Indicador de Atividade Econômica (IAE-Rio) apresenta uma tendência de melhora nos últimos meses. O indicador cresceu 5,2% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nos quatro primeiros meses do ano, a alta do IAE-Rio foi de 0,8%, em comparação com o mesmo período em 2020.
Queremos tornar o Rio a melhor cidade da América Latina para abertura de empresas e licenciamento de obras. Principalmente, para negócios de baixo impacto, que representam mais de 80% da economia do Rio. A gente quer que você abra a sua empresa super rápido e seja fácil de formalizar, porque isso permite acesso a crédito, recolher os impostos e fazer contratações de maneira correta. Isso traz cidadania, dignidade e diminui a desigualdade – afirmou o secretário Chicão Bulhões.
Inflação, inferior à média do País, reflete desemprego alto, afetando poder de compra
Apesar de o consumidor estar sentindo o aumento dos custos, a taxa de inflação no Rio ficou abaixo da taxa brasileira. Nos últimos 12 meses (terminados em abril), o índice ficou em 6,6% contra 8,1% do nacional. A elevação dos preços na cidade foi puxada principalmente pela alta de 13,2% na alimentação do domicílio (mercado) e 9,6% nos preços administrados pelo governo (como combustível, gás de cozinha, energia elétrica).
A taxa de desemprego, que já vinha crescendo desde 2017, teve um aumento de três pontos percentuais no primeiro trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. No início do ano passado, ainda sem pandemia, o índice era de 13%. Um ano depois, já com os impactos da crise econômica decorrente do surto de Covid-19, a taxa chegou a 16%.
O comportamento da taxa de emprego, por sinal, é um dos elementos para que o economista Adhemar Mineiro, da Rede Brasileira pela Integração dos Povos e doutorando da Universidade Rural, considere plausível a previsão do prefeito Eduardo Paes. Como o patamar do nível de atividade era tímido, no período anterior ao agravamento da pandemia e das medidas de distanciamento social, a liberação de funcionamento do comércio e dos serviços, no rastro da vacinação, já permite retomar, ao menos em parte o ritmo anterior. Para Mineiro, o quadro descrito pelo prefeito é 'plausível, embora não chegue a ser propriamente bom'.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a análise do economista Adhemar Mineiro sobre a recuperação do nível de atividade da economia da capital fluminense.