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Ausência de foco

Gênero domina tuítes do debate do SBT, Saúde e Habitação ficam em último

Ausente do encontro, Bolsonaro lidera menções, seguido de Ciro e Haddad. Daciolo volta em alta


FGV monitorou movimentação nas redes durante debate no SBT. Foto: SBT/Divulgação

A questão de gênero dominou os tuítes sobre o debate dos presidenciáveis do SBT, veiculado na quarta-feira, 26/9. Políticas públicas como educação e saúde, mesmo tendo sido objeto de enfrentamentos bem intensos entre os candidatos, a começar da primeira pergunta, de Guilherme Boulos (PSOL) a Geraldo Alckmin (PSDB), foram uma vez mais muito periféricas no debate político das redes. Foram 50.593 menções a Gênero, mais que o dobro das menções a Educação (20.749) ou Segurança Pública (20.540). Saúde (6.860) e Habitação (3.061) ficaram em último lugar.

O monitoramento foi feito pelo Departamento de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na Sala de Democracia Digital. O debate presidencial desta quarta-feira (26), promovido por SBT, Folha de São Paulo e UOL, motivou 553.589 menções aos presidenciáveis no Twitter de 17h a 21h. A repercussão superou à do debate da CNBB, veiculado dia 20 na TV Aparecida, que teve 387.598 menções. Foi bem inferior, contudo, ao obtido pelos confrontos na Band (1,59 milhão de menções) e na Rede TV! (619 mil), ambos em agosto. Pesou para isso, o fato de o debate ter ocorrido no fim da tarde, das 17h45m às 18h25m. Nessa faixa, o número de televisores ligados nas residências é inferior ao do horário nobre.

Mesmo ausente, por conta da recuperação no hospital Albert Einstein dos ferimentos da facada sofrida em 6 de setembro, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, foi o mais citado no Twitter. Foram 206.476 referências, seguido por Cabo Daciolo, com 112.993. Ausente da campanha nas ruas para um retiro de duas semanas, o candidato do Patriota ficou à frente dos dois que parecem disputar com mais chances uma vaga no segundo turno, Ciro Gomes (77.611) e Fernando Haddad (75.727 citações). Também participaram do debate os candidatos Alvaro Dias (Podemos), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).

As falas de Marina Silva, que desde a apresentação enfatizou a condição de única candidata, os crescentes engajamentos na hashtag #elenão, de mulheres críticas a Bolsonaro, e as cobranças aos candidatos sobre suas posições para a redução da desigualdade salarial entre homens e mulheres, deram ao debate de gênero um contorno diferente. Ficou em segundo plano a ênfase habitual das redes, focadas na liberdade sexual e nas acusações de doutrinação em favor do homossexualismo e das práticas mais permissivas no ambiente escolar.

A Educação também esteve em pauta na discussão de gênero, dada a ênfase geral na qualificação e na autonomia permitida pelo conhecimento como melhores estratégias para a redução das desigualdades sociais, inclusive as de raça e gênero. Com isso, conviveram no debate, nem sempre em harmonia, o esforço de Haddad para valorizar o legado de Lula e dele, como ministro da Educação por sete anos, as tentativas de Alckmin de defender-se das cobranças da queda de desempenho escolar em São Paulo e a valorização por Ciro da trajetória dele e do irmão no governo do Ceará. Marina Silva e Álvaro Dias enfatizaram a importância do investimento em creches para viabilizar a ascensão das mulheres na carreira, reduzindo a sobrecarga da responsabilidade pelos filhos.

Cabo Daciolo surpreende no debate econômico, Bolsonaro polariza segurança

Em economia, chamaram atenção de muitos internautas as falas contundentes de Cabo Daciolo sobre a miséria da maioria e os privilégios aos banqueiros, mesmo nos momentos de maior prosperidade no governo Lula, conforme o candidato do Patriota fez questão de cobrar do concorrente do MDB, Henrique Meirelles. O debate econômico no Twitter envolveu ainda os programas de assistência social e a ênfase de diferentes candidatos na manutenção do Bolsa Família. Complementaram o debate a criação de empregos, o legado dos governos petistas, o impacto da corrupção nas contas públicas e, em menor escala, a política tributária do país, com promessas de mudança na estrutura de cobrança de impostos.

Em segurança, o ausente Bolsonaro dominou as menções, com uma divisão bem acirrada de opiniões contra e a favor do candidato. O ponto de partida, na maioria dos casos, foram falas críticas à publicação de uma foto com menção a tortura feita por um dos filhos do deputado no Instagram. A discussão mobilizou candidatos de todos os eixos políticos, que se posicionaram contra o acirramento de manifestações violentas no cenário político. Boulos, do PSOL, partido presente com força no movimento em defesa dos direitos humanos, buscou encarnar um contraponto às teses de confronto. O professor e líder do Movimento dos Sem-Teto criticou os assassinatos de jovens negros e pobres no Brasil e os programas atuais de combate ao crime.

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