Diante do crescente número de casos da variante Delta, a Prefeitura vai encaminhar ao Comitê Científico uma proposta para dar prioridade à aplicação nos idosos de uma terceira dose de reforço da vacina.
- Quero deixar bem claro que a Prefeitura entende que, com esse número alto de casos da variante Delta, deve priorizar a terceira dose de reforço para as pessoas mais velhas, que são mais vulneráveis ao agravamento da doença. Nós preferimos fazer a terceira dose dos idosos do que antecipar a segunda dose dos mais jovens – enfatizou o prefeito do Rio.
Vacinação sustenta queda no ritmo de mortes, mas internações se aceleram
A 33ª edição do Boletim Epidemiológico da Covid-19, divulgada nesta sexta-feira, mostra que os casos da doença têm aumentado no município do Rio nas últimas seis semanas. Esse efeito pode estar sendo causado pela circulação da variante Delta, que, como estudos apontam, tem maior transmissibilidade. Em oposição à tendência de aumento dos casos por Covid-19, o índice de óbitos mantém queda sustentada, o que pode ser relacionado como reflexo da imunização, que tem como principal objetivo prevenir casos graves e mortes.
Na última semana, 94 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo 72 moradores locais e os demais pacientes que foram atendidos na cidade, mas moram em outros municípios. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 1.246, sendo 1.007 residentes. Entre os que moram na cidade, 871 casos da Gamma, 123 da Delta e 13 da Alfa. Dos moradores infectados por essas cepas, 59 faleceram, seis permanecem internados e 942 já são considerados curados.
- Queria fazer um apelo: nos últimos 30 dias internamos 286 idosos que já poderiam ter tomado as duas doses da vacina e não tomaram quando estavam elegíveis. Vamos fazer uma grande busca ativa de todos que não tomaram a primeira dose, mas quem conhece uma pessoa nesta situação pode levá-la a um de nossos postos. Temos uma nova variante e um aumento expressivo no número de casos, mas ainda vemos pessoas que não se vacinaram – disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Ouça no podcast do Eu, Rio! (eurio.com.br) a reportagem da Rádio Nacional sobre a disposição da Prefeitura do Rio em promover a terceira dose em idosos, acima de 60 anos, tão logo a oferta de vacinas pelo Ministério da Saúde permita. Se necessário, e aprovado pelo Comitê Científico, antes mesmo do término da segunda dose em mais jovens.
Por causa da disseminação da variante Delta e do aumento do número de casos notificados, o boletim aponta ainda o mapa de risco da cidade para Covid-19 retornando ao estágio de atenção. Todas as 33 regiões administrativas (RAs) do município estão classificadas com risco alto (laranja) para transmissão do coronavírus. As medidas de proteção à vida estabelecidas no decreto nº 49.288 são válidas até 30 de agosto, mantendo o nível de alerta para risco alto.
O 33º boletim mostra que, desde março de 2020, o município do Rio soma 429.734 casos de Covid-19, com 31.276 óbitos. Em 2021 são 214.820 casos e 12.239 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 5,7%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, em 183,7 a cada 100 mil habitantes, contra 285,8/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 3.224,9/100 mil, quando em 2020 era de 3.226,3/100 mil.
O prefeito fez um apelo para que o Ministério da Saúde dê atenção especial ao Rio. Eduardo Paes reafirmou que a prefeitura entrará com pedido junto ao Supremo Tribunal Federal, para garantir mais doses de vacina contra o coronavírus.
Sobre a quantidade enviada a cada unidade federativa, o Ministério esclareceu que o quantitativo para primeira e segunda doses é definido em reunião entre representantes da União, estados e municípios e disponibilizado nos Informes Técnicos. Também informou que já foram entregues no País mais de 215 milhões de doses das vacinas para combater a pandemia.
Prefeitura do Rio e Radioagência Nacional