A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ e o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado ouvirão moradores do Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, onde morreram, no último sábado (25), Samuel Vicente, de 17 anos e o padrasto deste, o entregador William Vasconcelos da Silva, de 28, em ação da Polícia no bairro de Anchieta, na mesma comunidade. A reunião será nesta quarta-feira, às 9h.
A Secretaria de Estado da Polícia Militar informou que nesta terça-feira as armas dos dois PMs envolvidos na ação e que atiraram em Samuel e William foram apreendidas e apresentadas à perícia. Preliminarmente, os agentes foram afastados do serviço das ruas. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi apresentado e a Corregedoria da PM acompanha o processo.
Os PMs alegam que houve um tiroteio na ocasião na comunidade e eles apenas reagiram. Disseram ainda terem encontrado armas e drogas com as vítimas. A família nega, explicando que Samuel e William não teriam como carregar tanta coisa sobre uma moto. Chama a atenção os depoimentos dos dois policiais serem exatamente iguais, o que leva a suspeita de quem fez o registro copiou o depoimento de um para fortalecer a versão dos agentes.
Nesta terça-feira houve um breve velório dos corpos de Samuel e do padrasto no Cemitério de Olinda, no município de Nilópolis, na Baixada Fluminense. Em 2018, a trancista Sônia Bonfim Vicente, de 36 anos, mãe de Samuel e esposa de William, teve uma filha de 5 anos de idade baleada durante uma operação da PM na comunidade Final Feliz, também no Complexo do Chapadão. Na época, a menina foi medicada e sobreviveu.
Entenda
No sábado, o rapaz e seu padrasto levavam numa moto, guiada por William, a namorada de Samuel, Camily da Silva Polinário, de 18 anos, para ser atendida em uma UPA, quando foram atingidos por tiros, em Anchieta, na Zona Norte do Rio. A jovem também ficou ferida, mas já deixou o hospital. A família acusa a PM de ter feito os disparos.
Os policiais disseram terem sido atacados, quando realizavam um patrulhamento na Rua Alcobaça e que revidaram. Além disso, afirmaram que um dos ocupantes da moto estava armado. O objetivo do patrulhamento era coibir o roubo de carga e de veículos.Após estabilizar a situação, a equipe localizou as três vítimas, as tratando como suspeitas e elas foram socorridas ao Hospital Estadual Carlos Chagas.
Segundo a família, William e Samuel estavam indo à uma unidade de saúde para socorrer Camilly, que havia passado mal após comer um cachorro-quente em uma festa.
"Após estabilizar a situação, a equipe localizou três suspeitos feridos. Eles foram socorridos ao Hospital Estadual Carlos Chagas.
A Polícia Civil informou que está ouvindo as testemunhas.