Quatro bandidos procurados pela polícia do Rio de Janeiro lideram em valores as recompensas oferecidas pelo serviço do Disque-Denúncia sobre informações que levem às suas capturas. Leandro Nunes Botelho, o Scooby, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, e Shumaker Antonácio do Rosário, o Shumaker estão na mira da polícia.
Por Scooby, o Disque-Denúncia está pagando R$ 30 mil. Apontado como chefe do tráfico no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte da capital, ele responde a processos por tráfico de drogas, homicídios e sequestro e cárcere privado.
Ex-integrante da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), Scooby passou recentemente para o Terceiro Comando Puro (TCP). Com a ocupação da favela por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o bandido se refugiou no Morro do 18, em Água Santa, e na Rocinha, em São Conrado, antes de retornar para os Macacos em abril deste ano para a Páscoa, com direito a festa na comunidade.
Scooby é acusado de comandar o resgate de dois traficantes no Fórum de Bangu, na Zona Oeste, em 2013. Na ação, houve tiroteio e uma criança de oito anos que estava na rua morreu. Foi responsável pelo sequestro de dois militares do Exército que erraram o caminho e entraram nos Macacos em 2009. As vítimas foram agredidas com socos, pontapés, coronhadas, pauladas e pedradas.
Cabe a ele a acusação também de ter ordenado a morte, em 2012, de Flávio Duarte de Melo, por este manter relacionamento estreito com policiais militares (PMs) da UPP dos Macacos.
No caso de Fernandinho Guarabu, o Disque-Denúncia também pede R$ 30 mil por informações sobre ele. Vinculado ao TCP, Guarabu é por vários anos chefe do tráfico no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Ele praticaria uma política assistencialista na favela para evitar que a população o denuncie à polícia. Cobra pedágio de motoristas de Kombis e vans (o valor pode chegar a R$ 330).
Evangélico, proibiu na comunidade rituais de umbanda, candomblé e sessões espíritas. Explora a venda de botijões de gás e sinal clandestino de TV a cabo. Há suspeita de que pagaria propina a PMs para que estes não atrapalhem a venda de drogas no Dendê.
Outro criminoso pela qual são oferecidos R$ 30 mil de recompensa é Pezão, que tem sua área de atuação no Complexo de Favelas do Alemão, na Zona Norte, mas depois que a comunidade foi ocupada pelo Exército, em 2010, passou a se deslocar por outras favelas da facção Comando Vermelho (CV) e até fora do país.
Pezão ascendeu ao posto de chefe do Alemão, em 2008, quando teria recebido ordens de traficantes presos para matar o antigo comandante da comunidade, Antônio de Souza Ferreira, o Tota, que não estaria repassando o dinheiro da venda de drogas para os líderes do CV que estavam em penitenciárias. Responde a processos por tráfico, roubo e formação de quadrilha.
O Disque-Denúncia está pagando R$ 20 mil para quem der pistas sobre o bandido, conhecido como Shumaker Ele é apontado como chefe do tráfico no Jardim Catarina, em São Gonçalo. Sua quadrilha é acusada de roubos e homicídios. Chegou a oferecer aos seus subordinados R$ 5 mil por cada policial morto na região. Em 2014, ordenou a execução de um PM do Batalhão de Choque, que sofreu uma emboscada perto de sua casa.
Após traficantes do seu bando terem sido flagrados por câmeras circulando fortemente armados, teria ordenado a retirada dos dispositivos de segurança das casas e comércios do Catarina.
Depois destes quatros, as recompensas mais altas do Disque-Denúncia são para ajudar na prisão de Jhonata Luiz da Silva, o Jhoninha, da Favela do Jacarezinho, na Zona Norte. Ele suspeito de envolvimento na morte de um policial civil da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), e de Jefferson Gonçalves da Silva, o Cara de Cavalo, também integrante do tráfico no Jacarezinho, e acusado de ligação do assassinato do mesmo policial. Ambos valem R$ 12.500.
Em seguida, R$ 10 mil para a captura de Thomaz Jayson Vieira Gomes, o 2N do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, e Wallace de Brito Trindade, o Lacosta, que comanda o tráfico no Morro da Serrinha, em Madureira, na Zona Norte.
Para denunciar, basta ligar para o disque-denúncia para o telefone (21) 2253-1177. O sigilo é garantido.