A Polícia Federal prendeu na última quinta-feira (4/10), em atuação conjunta com a Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD do Paraguai, cinco traficantes brasileiros – quatro homens e uma mulher –, na capital paraguaia. De acordo com as investigações, eles pretendiam resgatar um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), o traficante carioca Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, com larga atuação no fornecimento de drogas para o Brasil. Atualmente, este se encontra preso no país vizinho.
O processamento de dados de inteligência, obtidos através dos instrumentos de cooperação internacional entre os dois países, viabilizou a identificação e a localização do grupo. Os nacionais encontravam-se em três casas na capital paraguaia, de onde, de acordo com o que foi apurado, pretendiam partir para o resgate do criminoso, durante o próximo final de semana. Nos imóveis alugados pela quadrilha foi aprendida grande quantidade de armas e munições. Ao todo, foram recolhidos sete fuzis, 15 pistolas, munições de vários calibres, bombas molotov e dinheiro. Também foi encontrado caderno com anotações e planos manuscritos da sede da prisão onde Piloto estava.
Os traficantes brasileiros foram identificados como Alan Neves da Conceição, Juarez Italo Paiva Neto, Wanderson Ferreira de Paula Silva, Marisa de Souza Penna ( parente de Marcelo Piloto) e Thiago Lucas Gonçalves
A ação da PF reforça a importância da atuação integrada das polícias da América do Sul no combate à criminalidade transnacional. A PF tem adotado medidas para o incremento dessa integração, inclusive com o acionamento, em junho deste ano, do Centro de Cooperação Policial Internacional, instalado na Superintendência da PF, no Rio de Janeiro. Ele conta com a participação das polícias da Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina.
Piloto foi preso em dezembro de 2017. De acordo com investigações da Polícia Civil, ele fugiu para o Paraguai no fim de 2012, após a ocupação da Favela de Manguinhos, na Zona Norte da capital fluminense, de onde era chefe do tráfico, pelas Forças de Segurança. Antes de sair do Brasil, ele chegou a buscar abrigo na Região dos Lagos do Rio. Sua fuga aconteceu meses após o resgate de Diogo de Souza Feitoza, o DG, da 25ª DP (Engenho Novo), no dia 3 de julho de 2012. Piloto foi condenado por ter participado do crime.