A Polícia Civil investiga a morte da comerciante Dircilene Botelho Garcia, de 51 anos, ocorrida no último dia 2, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Segundo informações, o crime teria sido cometido pela própria filha da vítima, de 21 anos, com a ajuda do namorado.
O casal já confessou a participação no episódio, mas não foi preso ainda por causa da legislação eleitoral que não permitia a prisão de pessoas desde cinco dias úteis antes e até 48 horas depois do encerramento da eleição salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
A jovem, identificada como Paloma Vasconcelos, e o namorado deverão se entregar à polícia na próxima quarta-feira (10).
De acordo com a polícia, a filha e o namorado conseguiram desmaiar Dircilene usando formol, arrastaram o corpo para o quarto e colocaram sobre a cama. Em seguida, aplicaram seringa de ar para gerar embolia pulmonar, além de colocar um saco plástico na cabeça da vítima, tentando provocar a morte por asfixia.
Dias antes do fato, Dircilene e o marido instalaram uma câmera escondida no quarto para identificar o autor dos constantes furtos de dinheiro em um guarda-roupas. Sem saber do equipamento, a dupla cometeuconcluiu o crime, tendo toda a ação filmada.
A mulher foi sepultada no Cemitério Municipal, e o laudo apontava a morte por embolia pulmonar.
No dia da morte, a porta do quarto estava trancada e a jovem chegou a contar que havia discutido com a mãe. O Samu foi chamado, mas a mulher já não apresentava sinais vitais. O enterro aconteceu no mesmo dia. O marido de Dircilene ficou desconfiado com a causa da morte, pois a esposa não tinha aparência de uma pessoa vítima de embolia. Ao voltar do enterro, ele solicitou acesso às imagens da câmera, descobrindo a verdadeira causa da morte. A polícia foi acionada imediatamente.
Os encarregados da investigação desconfiam que a motivação do crime tenha sido por questões financeiras.
A morte e o sepultamento aconteceram no mesmo dia do crime. Três dias depois, foi realizada a exumação do cadáver, transferido posteriormente para o Instituto Médico Legal (IML).
No último sábado (6), o corpo foi sepultado novamente e os suspeitos foram à delegacia (105ª DP), acompanhados de um advogado, para prestar depoimento. No local, a dupla confessou o crime e detalhou toda a ação. Entretanto, minutos depois, saíram pela porta da frente da delegacia, não sendo realizada a prisão.
Um mandado de segurança foi expedido contra os suspeitos, mas não pôde ser cumprido devido à legislação eleitoral.
A jovem acusada disse que a mãe a maltratava, batia, escondia comida e ficava debochando da sua obesidade. Além disso, segundo ela, teria sido obrigada por Dircilene a fazer um aborto.