A Prefeitura do Rio pretende alugar 515 ônibus articulados para operar no BRT até 2023, porém com uma novidade: a operação do sistema será feita por três agentes distintos. Um deles vai cuidar da bilhetagem eletrônica, outro do fornecimento de ônibus e um terceiro da operação em si.
Entre os novos articulados, o plano da prefeitura é alugar 62 ônibus padron elétricos. Eles circularão no corredor da Avenida Cesário de Melo, em Campo Grande. Também estão previstos articulados de três tamanhos diferentes.
A secretária municipal de Transportes, Maína Celidônio, também falou que as estações serão reformadas: Das 46 fechadas no início da gestão, já foram reabertas 37. As próximas serão postas em funcionamento até o final do ano.
Em relação às estações, Maína anunciou a criação do Terminal da Transbrasil e de várias conexões entre Transolímpica e Transoeste, Transolímpica e Transcarioca, além de uma reforma de estações que foram subdimensionadas na Transoeste.
O sistema anunciado foi inspirado nos adotados pelas cidades de Bogotá e Santiago, que adotam o modelo de separação de gestores. Ou seja, O Rio terá uma licitação para a disponibilização de ônibus, outra licitação para operação da frota.
“A gente busca exatamente a separação de responsabilidade e concessionárias específicas para cada função. Então, a gente sai na verdade de modelo atual, onde a gente tem uma concessão integral, sem garantias financeiras, onde o único ator faz diversos tipos de atividades de natureza muito diferentes”
Maína se refere ao modelo antigo em que uma mesma empresa era dona da frota, opera a frota, faz a gestão de estações e é a dona das garagens.
“A gente não pode imaginar que esse mesmo concessionário seja o melhor ator para fazer todas as atividades muito diferentes. Então, agora a gente propõe um novo modelo de segmentação desse mercado”, disse a secretária.
A licitação da bilhetagem digital está em andamento. Segundo Maína, o Rio é a primeira cidade do Brasil que adota esse novo modelo de gestão do transporte público.
“A gente quer atrair, com essa licitação, fabricantes, encarroçadoras, empresas de energia, gestores de ativos. Um concessionário que tem que ter muita saúde financeira para comprar essa frota de ônibus e alugar para o município”.
O município vai dar as garagens públicas. Com isso, a prefeitura espera atrair uma operadora até mesmo de fora do Brasil, já que não precisará ter garagens.
A nova frota do BRT deverá ser composta por veículos além de GPS, sistema de telemetria para análise de desempenho, vídeo-monitoramento e piloto automático, além de limitador de velocidade e bloqueador de portas abertas.
Para a secretária, a manutenção dos veículos é o ‘calo’ do sistema. A prefeitura, com dotação orçamentária, vai custear os aluguéis dos ônibus. Porém, a empresa locadora e a empresa operadora terão que arcar com a manutenção dos veículos. O governo municipal só vai pagar aluguel de veículo que estiver rodando.
“Os veículos que não se encontraram em condições não vão ser pagos. E a remuneração da operadora será descontada”.
Os ônibus terão cumprimentos diversos. Deverão ser de 18 m, 21 m, 23 m a diesel, além de uma frota de ônibus de padrões elétricos. Estes serão usados no corredor da Cesário de Melo, que pede ônibus menores.
O prefeito Eduardo Paes rebateu as críticas ao sistema BRT do Rio:
“O fato é que esses sistemas infelizmente nunca foram integrados da maneira que eles precisavam ser integrados. Nós entregamos a Transolímpica em 2016 ainda numa operação durante os Jogos Olímpicos. E no final do ano acabou meu governo. O que a gente viu foi esse abandono no sistema do BRT ao longo dos últimos quatro anos. Quase um terço das estações foram destruídas e abandonadas”, disse.
Ouça no Podcast Eu, Rio! trecho do pronunciamento do prefeito Eduardo Paes em que faz críticas à gestão anterior do Sistema BRT Rio.