O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, responde às críticas da UE e defende a política anti-refugiada de seu governo.
Em um movimento sem precedentes contra um Estado membro, o Parlamento Europeu acionou o Artigo 7 do tratado que visa proteger seus princípios fundamentais: dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade, estado de direito e respeito aos direitos humanos, incluindo os direitos das minorias.
A União Europeia acusa o governo húngaro, liderado pelo primeiro-ministro Viktor Orban, de violar esses valores aprovando leis anti-refugiados, manipulando a mídia, desconsiderando a corrupção do governo e removendo juízes independentes.
O artigo 7 do Tratado possibilita que os Estados-Membros verifiquem a “existência de um risco de violação dos valores da União”. Causando assim, na suspensão do país da União Européia.
A decisão de desencadear o artigo 7º seguiu-se à recusa da Hungria em cumprir as quotas obrigatórias de imigração estabelecidas pela UE e veio duas semanas depois de as autoridades húngaras terem impedido a distribuição de alimentos para refugiados que solicitavam asilo detidos em zonas de trânsito na fronteira com a Sérvia.
Budapeste nega as acusações e defende suas políticas. Em resposta às críticas internacionais, o Ministro das Relações Exteriores Húngaro, Peter Szijjarto, disse que não houve violação dos valores da UE.
“Nós selamos a fronteira verde. Então, a única maneira de entrar no país é a forma legal. Minha pergunta é: ‘se qualquer um poderia me mostrar algum ponto nas relações internacionais que poderiam dizer que você tem o direito de acordar de manhã, escolher um país em que gostaria de morar e, para chegar lá, violar uma série de fronteiras?’ [imigrar] Não é um direito humano . Minha pergunta é como você pode ser um refugiado e violar as fronteiras de cinco ou seis países seguros?”.
A Hungria adotou uma postura dura em relação a refugiados e migrantes desde a crise migratória de 2015-2016 . Foi o primeiro país a erguer cercas de arame farpado nas fronteiras e passou a aprovar leis destinadas a dissuadir os migrantes de tentar atravessar seu território ou buscar asilo na Hungria.