Contando com 400 representantes dos setores público e privado, a cidade do Rio recebeu nesta quinta-feira (8) o seminário “Rio Cidade Inteligente”, no Museu do Amanhã, na Praça Mauá, na Zona Portuária do Rio. Organizado pela Coordenadoria de Cidade Inteligente com o Centro de Operações Rio (COR), em parceria com o Polo de Inovação do Centro Universitário Unisuam (Pólen), o evento foi o primeiro do segmento voltado para o debate com a sociedade sobre o conceito de smart cities, também chamado de cidade inteligente.
Responsável pela condução do evento, o coordenador de Cidade Inteligente da Prefeitura do Rio, Felipe Peixoto, explicou que o seminário serviu também para discutir os compromissos que a capital fluminense assumiu na última convenção climática, a COP26, realizada no mês passado na Glasgow, na Escócia.
"Nosso objetivo é construir, junto com outros órgãos da Prefeitura, o projeto de um Rio cada vez mais inteligente. Entre outros temas que fazem parte do dia a dia da população, estamos debatendo os compromissos que o Rio assumiu na COP26 realizada mês passado, discutindo a implantação da tecnologia 5G e também o uso da tecnologia a favor da segurança pública", explicou Peixoto.
Divisão em cinco temas
Além da questão climática na COP26, outras temas foram debatidos no evento, como a retomada econômica da cidade; o impacto do 5G; a cidade monitorada e segura; a tecnologia a serviço da mobilidade; e o futuro das cidades. Todas as discussões fizeram parte das ações realizadas pela administração municipal para devolver ao Rio o protagonismo da cidade mais inteligente do país. Entre os projetos em andamento, está a implantação de dez mil novas câmeras, cinco mil pontos de wi-fi e nove mil sensores georreferenciados com soluções IoT (internet das coisas). Outro programa em desenvolvimento é a terceira edição do “Desafio COR”, projeto para startups, empresas e grupos técnicos interessados em apresentar propostas para aprimorar a performance na gestão de integração das operações de infraestrutura, logística e emergências urbanas do Centro de Operações Rio.
"Com os dados e informações que coletamos, conseguimos planejar uma cidade mais inteligente no futuro. No COR, pensamos o tempo todo no cidadão. Utilizando um conjunto de ferramentas, como sensores inteligentes e georreferenciamento, podemos oferecer um serviço de mais qualidade para a população, dando ao cidadão uma informação mais precisa para que ele possa tomar a melhor decisão quando estiver na rua", destacou o chefe-executivo do COR, Alexandre Cardeman.
Participaram da mesa de abertura o coordenador Felipe Peixoto; o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação do Rio, Chicão Bulhões; o diretor do Instituto de Pesquisa Fecomércio, João Gomes; o reitor da Unisuam, Arapuan Motta Netto, o especialista em Inovação da Unisuam, Eduardo Winter; e Reginaldo Lima, fundador do G10 Favelas, organização sem fins lucrativos com líderes e empreendedores de impacto social das favelas. A primeira palestra do dia foi proferida pelo professor e Smart Cities Expert Renato de Castro, autor do livro “A Cidade StartUp: uma nova era de cidades mais inteligentes”.
O reitor Arapuan Motta Netto ressaltou em sua fala a importância desse tipo de cooperação entre os setores público e privado.
"A gente vem buscando, há algum tempo, contribuir ainda mais com a sociedade, além da formação de nossos alunos, a maioria oriunda das classes C e D, que precisa do acesso à educação. E por meio do nosso programa de mestrado e doutorado, produzimos pesquisas que geram indicadores para a cidade. Por isso aceitamos a parceria nesse seminário, uma oportunidade muito grande de poder contribuir também com a pesquisa científica de alto impacto", afirmou o reitor da Unisuam.
Representação de consulados
O seminário continuou ao longo do dia nas cinco mesas de debates com a participação de gestores de diversas instituições privadas e públicas, como coordenadores da Polícia Militar e secretários municipais e diretores da maioria das pastas da Prefeitura do Rio. Entre as autoridades convidadas estavam representantes de três consulados: Paolo Giudice, cônsul geral da Itália; Julia Morovan, consulesa de Ciência e Tecnologia da Hungria; e Hirok Muya, vice-cônsul do Japão.
Reconhecimento por projetos smart cities
Há dois meses, o Rio foi reconhecido com o Prêmio Latam Smart City Awards 2021 como uma das três melhores cidades latino-americanas a desenvolver projetos na categoria Transformação Digital e Reconstrução Econômica.
A premiação destaca a qualidade dos serviços prestados ao cidadão pela Prefeitura. São milhares de pessoas que se deslocam diariamente pela cidade, abastecidas 24 horas com informações sobre as condições do trânsito, dos principais modais de transporte e da previsão do tempo, a partir de dados coletados pelo COR e muitos compartilhados em tempo real.
Em agosto, a cidade foi reconhecida em duas categorias do Ranking Connected Smart Cities realizado em São Paulo. O Rio levou o 1º lugar de Tecnologia e Inovação e saltou do 12º para o 7º lugar no Ranking Connected Smart Cities Geral.