A Baía da Guanabara sofreu novo vazamento de óleo, desta vez próximo à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), que atingiu o Rio Iguaçu, o manguezal e o terminal pesqueiro, onde os pescadores artesanais tiram diariamente o sustento de suas famílias. O incidente foi registrado na última quarta-feira (8), e denunciado pelo movimento Baía Viva ao secretário de Estado de Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha e ao presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Philipe Campelo, através de Whatsapp.
Segundo o movimento Baía Viva, as duas autoridades receberam um vídeo feito no local, com pedido de providências para apurar a origem do vazamento de óleo e avaliar o dano ambiental e os impactos ao território pesqueiro. Desde o ano passado, com base em denúncias feitas pela Colônia de Pesca de Duque de Caxias e o Baía Viva, o Ministério Público Federal de São João de Meriti apura as responsabilidades pelo despejo ilegal de uma substância química chamada pelos pescadores de ‘água vermelha’, que de vez em quando vaza na Baía da Guanabara.
O MPF de São João de Meriti também apura denúncias, feitas pelas duas entidades, sobre vazamento de substâncias químicas pela Braskem (empresa petroquímica de atuação global sediada em São Paulo), que têm vazado periodicamente, de forma ilegal, para a Baía da Guanabara.
“Estamos em plena Década do Oceano e da Restauração dos Ecossistemas (ONU, 2021-2030), mas infelizmente as baías fluminenses continuam sendo sacrificadas pela poluição industrial, com esgotos não tratados e lixo. As comunidades pesqueiras passam por forte empobrecimento provocado pela intensa e crescente poluição; e muitas famílias de pescadores estão passando por insegurança alimentar. Até quando esta Impunidade Ambiental vai continuar?”, indaga Sérgio Ricardo Potiguara, cofundador do Baía Viva.
O presidente da Colônia de Pesca de Duque de Caxias, o pescador Gilsiney Lopes Gomes, filmou o vazamento do no Rio Iguaçu, que passa pela Reduc. “É um óleo preto que está do lado da Reduc. Tem bastante óleo. Gostaria que as autoridades viessem aqui e vissem isso. A situação já não é boa”, contou o pescador no vídeo.
Reprodução YouTube
Procuradas, nem a Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade nem o Inea se pronunciaram a respeito. A Petrobras, gestora da Reduc, também não se manifestou até o momento.