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Trabalho remoto

Pandemia acelera processo de transformação digital

Especialista explica impacto das novas tecnologias que passaram a fazer parte do cotidiano


Foto: Agência Brasil

Novas formas de fazer velhas coisas. Esta foi a sensação que tivemos desde março de 2020, quando se iniciou a incrível jornada de digitalização catalisada pela pandemia. Não é novidade para ninguém que a anatomia das relações de trabalho já vinha em processo de transformação desde a efetiva chegada da indústria 4.0, em 2011. A novidade trazida pelos alemães viralizou em direção a uma profunda transformação, conhecida popularmente como transformação digital. Em um evento de proporção global, como a pandemia, que fez com que todas as pessoas se submetessem a rígidos processos de distanciamento social, existe a demanda de uma solução rápida para continuar a vida. A pergunta “Como Fazer?” encontrou eco na tecnologia e em ferramentas que já existiam há muito tempo mas suas aplicações, de fato, vinham em banho maria. “Uma das principais mudanças que a pandemia proporcionou para o nosso dia a dia foi a redução da resistência ao uso das tecnologias e, consequentemente, a rápida adaptação a este novo contexto. O isolamento social trouxe o trabalho remoto, que de novo não tem nada, mas nunca foi imaginado na proporção que se estabeleceu. Agora, com as resistências reduzidas, outras tecnologias emergentes como blockchain, inteligência artificial, eye tracking e realidade aumentada, entre outras, se apresentam como um futuro promissor. A grande reflexão fica por conta dos impactos nas organizações nos próximos anos com a continua (e rápida) evolução que estamos observando”, afirma o Professor Carlos Titton, Especialista em Gestão de Negócios, Mestre em Inovação e Doutorando em Liderança na Era Digital. O executivo possui mais de 30 anos de experiência profissional em grandes empresas do mercado e, atualmente, é consultor, palestrante e facilitador em treinamentos, além de professor de MBA e pós-graduação em instituições de primeira linha.

“Muito vem sendo falado sobre a transformação digital provocada pela pandemia. O fato é que as organizações vislumbraram novas possibilidades de uso das tecnologias emergentes. Até aí, dizer que houve uma transformação digital porque as pessoas passaram a trabalhar remotamente me parece um pouco cedo para dizer”, questiona Titton. O desafio, de fato, segundo ele, é compreender os efeitos que estas mudanças geraram e como administrá-las agora que tudo aparentemente tende a voltar ao normal.


Carlos Titton: adaptação do modelo de negócio

Outra questão chave fica por conta da geração de valor para os clientes. Com a mudança na forma de trabalho e na velocidade com que ela está acontecendo, como ficam as competências das organizações e dos colaboradores na geração de valor para os clientes? “Se antes as empresas precisavam de um relacionamento completo e mais próximo dos clientes para ter vantagem competitiva, agora é preciso saber agir diante de uma forma de relacionamento teoricamente mais fria e distante. E cada modelo de negócio tem que buscar sua adaptação para gerar valor. No âmbito interno, com a diminuição do contato presencial, também é mais difícil disseminar a cultura na empresa. Por exemplo, como podemos integrar um novo colaborador à cultura da organização e ter seus valores tácitos compartilhados a fim de que se mantenha a identidade no mercado com pouco ou nenhum contato presencial?”, provoca Titton.

Para o especialista, esta integração dos novos funcionários de uma empresa é um dos maiores desafios enfrentados pelo Departamento de Recursos Humanos nos tempos atuais. A distorção de valores é um risco real e o trabalho com a liderança é o que pode diminuir - um pouco - o gap da comunicação de valores e da transmissão de cultura na era do trabalho remoto. “O RH já vem passando por um processo de mudança há alguns anos, se aproximando mais e mais da estratégia do negócio. Agora, com toda a equipe distante fisicamente, a figura do business partner está mais distante do negócio exatamente no momento em que observamos que as pessoas passaram a fazer muita diferença na companhia. A curva de avanço da tecnologia foi exponencial e a gestão de pessoas vivencia importantes alterações, já que as capacidades dinâmicas das organizações demandam novas formas de administrar os talentos internos. As empresas não podem pensar na inovação proporcionada na era digital e se esquecer de adequar o capital humano na mesma dimensão. Todo cuidado é pouco neste sentido”, alerta Titton.

Para ele, um dos pontos chave neste novo momento é fazer um bom trabalho junto aos líderes de forma a transformar a organização em conjunto com a evolução que a tecnologia está proporcionando. Diversas pesquisas sobre o comportamento destes profissionais na Era Digital mostram que a transformação gera novas competências e a resposta para o desenvolvimento ideal de liderança ainda é incerta, já que tudo é muito novo e que diversos gurus seguem filosofando com pouca base científica, segundo Titton.

Mas é claro que o cenário não traz apenas aspectos negativos ou de cuidado – a nova era trouxe com ela uma facilidade enorme de conexão que não se tinha antes e que faz com que o modelo de trabalho híbrido seja a grande promessa do futuro. “O presencial não vai sumir porque nada substitui o contato humano, mas, por outro lado, a conectividade de hoje também não vai mais sumir”, afirma Titton. “Temos que considerar que diversas pesquisas recentes mostram que as empresas ainda não estão aproveitando ao máximo as tecnologias, ou seja, tem muito por vir ainda”, completa.

Para se dar bem neste novo cenário, o especialista ressalta alguns pilares fundamentais para geração de valor, como:

- ter clara a estratégia da organização e sua capacidade de geração de valor

- apostar em uma liderança forte e bem sintonizada com a nova realidade de trabalho e com a estratégia da empresa

- investir na disseminação da cultura organizacional

- apostar na capacidade dinâmica da organização, pois ela proporciona competitividade, porém, o cascateamento para os colaboradores precisa acompanhar o que o mercado demanda com o mesmo dinamismo

- investir fortemente em capital humano, tanto no planejamento futuro como na adequação do que se dispõe hoje

- observar as possibilidades que as tecnologias proporcionam com muito cuidado e visão de longo prazo, sempre acompanhando a integração entre o homem e a tecnologia


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