O lendário ex-baixista do Pink Floyd se apresentou na noite desta quarta-feira (24) no Maracanã trazendo finalmente sua turnê "Us + Them", que tem rodado o Brasil, para o Rio de Janeiro. Como já era esperado, rolou uma homenagem a vereadora Marielle Franco assassinada em março deste ano. Mônica Francisco, viúva da parlamentar e a filha do casal, Luyara Santos, além da irmã de Marielle, Anielle Franco subiram ao palco antes do bis e foram ovacionadas pelo público.
O músico inglês, que nessa altura vestia uma camisa com os dizeres "Lute como Marielle Franco" falou sobre a vereadora. "Marielle está conosco, nos nossos corações. De muitas maneiras, Marielle é líder deste país", disse enquanto uma imagem da cantora aparecia no telão atrás do palco.
As familiares fizeram um desabafo logo em seguida."São 224 dias sem respostas. Não há democracia enquanto o Estado não responder o que aconteceu com Marielle Franco", disse a viúva que recebeu de volta gritos de "justiça" vindo do público que lotou o Maracanã nesta noite chuvosa.
Em seguida o astro emendou "Mother" e em seguida "Comfortably Numb", fechando a grande noite.
Clássicos e críticas a Bolsonaro
O show marcado para começar às 21h, teve início cerca de meia hora depois, recompensando o público com os grandes clássicos do Pink Floyd, banda em que Waters era o principal letrista até sua saída em 1985. O lendário álbum "The Dark Side of the Moon" (1973) foi quase todo tocado na íntegra, com destaque para clássicos como "Time", "Breathe", "Money" e "Brain Damage". Em certo momento a icônica capa do prisma foi recriada pelas luzes do palco em efeito 3D.
Outro grande álbum bastante revisitado foi "The Wall" (1979) com destaque para as já "Mother" "Comfortably Numb", além do hino "Another Brick in the Wall", que teve sua parte 2 e 3 tocada com a presença de 12 crianças e adolescentes moradores de comunidades cariocas e membros do coral do projeto EducaGente, que faz parte da Associação Beneficente São Martinho.
Presentes desde o começo do show, os gritos de "ele não" em referência ao candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) ficaram em evidência após "Another Brick in the Wall", assim como as vaias ao grito. O político foi lembrado em outros momentos no telão atrás do palco que mostrou possíveis ameaças neofascistas em ascensão pelo mundo e quando chegou a vez do Brasil apareceu "ponto de vista político censurado", além de outras críticas ao fascismo, que eram recebidas com muitos aplausos e algumas vaias da plateia.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump também foi "homenageado" no telão quando Waters tocou "Pigs" ao mesmo tempo que um simpático porquinho inflável sobrevoava a plateia com os dizeres "seja humano" escritos em português e em inglês. Ele foi uma criação do músico para o álbum "Animals" (1977), que teve sua capa recriada com direito a chaminés da fábrica saindo fumaça e tudo.
Músicas:
Set 1
Speak to Me
Breathe
One of These Days
Time
Breathe (Reprise)
The Great Gig in the Sky
Welcome to the Machine
Déjà Vu
The Last Refugee
Picture That
Wish You Were Here
The Happiest Days of Our Lives
Another Brick in the Wall Part 2
Another Brick in the Wall Part 3
Set 2
Dogs
Pigs (Three Different Ones)
Money
Us and Them
Smell the Roses
Brain Damage
Eclipse
Bis
Mother
Comfortably Numb