No passado, ter uma vida sexualmente ativa tinha como consequência a gravidez. Com a chegada dos anticoncepcionais, as mulheres passaram a ter a opção de querer ter filhos ou não e, hoje, elas escolhem em que momento da vida podem dar espaço para a maternidade. Quem quiser prioriza o trabalho, o relacionamento, sem a pressão do relógio biológico.
O congelamento de óvulos permite que essa mulher, que pretende ser mãe em algum outro momento da vida, preserve sua fertilidade. Segundo a diretora-médica do Vida-Centro de Fertilidade, Maria Cecilia Erthal, houve um crescimento de mulheres entre 30 e 35 anos que buscam a técnica. Apesar da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) ainda não ter emitido dados sobre o aumento dessa procura, principalmente na pandemia, especialistas que trabalham em clínicas de reprodução afirmam ter tido aumento de mais de 50% na procura pelo procedimento.
"A explicação para essa adesão de mulheres mais jovens ao tratamento é a dúvida da maternidade. O medo de perder oportunidades profissionais, de não estar preparada psicologicamente também. O congelamento de óvulos é a melhor opção para ter uma gestação saudável mesmo com a idade mais avançada", afirma a especialista.
A fase mais propícia para engravidar é entre os 25 e 30 anos, esse é o período mais fértil da mulher. Após essa faixa etária, a produção de óvulos diminui. No procedimento, os óvulos são tratados para que possam ser congelados e podem ficar armazenados por tempo indeterminado. Ao decidir engravidar, a mulher pode solicitar o descongelamento dos óvulos que irão passar pelo processo de Fertilização In Vitro (FIV), ou seja, serão fertilizados em laboratório e, quando for confirmada a formação dos embriões, esses poderão ser depositados no útero da paciente.
Vale lembrar que o congelamento de óvulos também é indicado para mulheres que farão rádio ou quimioterapia e qualquer outro caso de necessidade em preservar a fertilidade.