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Brutalmente morto a pauladas

Caso Moïse: manifestação pelo assassinato leva milhares a quiosque onde ocorreu crime na Barra da Tijuca

MPT abriu inquérito para apurar morte do congolês, que cobrava R$ 200, referente a duas diárias de serviços prestados


Fotos: Felipe Pena

Hoje, sábado (5), setores da sociedade civil, movimentos sociais, políticos e sindicais se manifestaram em frente ao Quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca pedindo justiça pelo brutal assassinato de Moïses Kabamgabe, que foi amarrado, espancado e morto a pauladas. A família do congolês esteve presente ao ato.


No Twitter, o Prefeito, do Rio, Eduardo Paes, anunciou que a concessão do quiosque onde ocorreu o crime será oferececida à família de Moïse. Mais cedo, a Prefeitura do Rio já havia divulgado que o espaço dos quiosques Biruta e Tropicália seria transformado num memorial à cultura africana no Rio.


Houve protestos também em outras capitais brasileiras, denunciando a gravidade do crime movido por crueldade, racismo e xenofobia. Moïses foi morto por ter cobrado cerca de R$ 200 - as diárias atrasadas do trabalho precarizado que prestava ao Quiosque Tropicália.



Pouco mais de uma semana depois do assassinato de Moïses Kabamgabe, outro homem negro foi assassinado em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Durval Teófilo Filho, 38 anos, foi morto pelo vizinho dele, o sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, que o confundiu com um ladrão. Aurélio disparou três tiros contra Durval. Para a família da vítima, o militar agiu por racismo.

MPT abre inquérito

O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) instaurou Inquérito Civil para apurar a morte de Moïse.

O jovem de 24 anos trabalhava no Quiosque Tropicália e foi morto após cobrar duas diárias atrasadas. A investigação do MPT vai analisar a relação trabalhista entre as partes. A denúncia aponta para o possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, podendo configurar, inclusive, trabalho em condições análogas à de escravo, na modalidade trabalho forçado, de xenofobia e de racismo.

O Inquérito Civil corre em paralelo com as investigações criminais pelos demais órgãos competentes.

Memorial africano

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento e em parceria com a Orla Rio, vai transformar em um memorial em homenagem à cultura congolesa e africana os quiosques Biruta e Tropicalia, onde Moïse Kabagambe foi morto.

A iniciativa tem o objetivo de promover a integração social e economica de refugiados africanos e reafirmar o compromisso da cidade com a promoção de oportunidades para todos.

"O que aconteceu foi algo brutal e inaceitável, e que não é da natureza do Rio. É nossa responsabilidade ser uma cidade antiracista e comprometida com a justiça social. A transformação desse espaço busca ser uma reparação à família, uma oportunidade de inserção socioeconômica de refugiados, um ponto de transmissão da cultura africana, e, principalmente uma lembrança para que não seja fácil esquecer e jamais se repita a barbárie que vitimou Moïse, diz Pedro Paulo, que propôs a ideia.

O Secretário acrescenta que a gestão de um dos dois quiosques será oferecida aos familiares de Moïse.


As ações incluem:

1 - A reformulação dos quiosques para celebrar a cultura e alegria do povo africano, tendo ali um ponto de referência com comida típica, e trazendo no quiosque a oportunidade de empregar refugiados que vivem na cidade.

2. Em parceria com o Sesc/Senac e com organizações sociais, a Prefeitura e Orla Rio vão criar um programa de treinamento e capacitação para refugiados atuarem no setor de alimentação.

3 - A concepção e execução do projeto do quiosque e de um memorial a Moïse junto ao quiosque serao realizadas por profissionais negros e com foco na promoção e celebração da cultura africana.

4- O espaço poderá ser utilizado para exposição de arte e apresentações musicais típicas, além da realização de feiras de artesanato.

5- A Orla Rio será a responsável pela confecção, instalação e manutenção do monumento, bem como a reforma do quiosque e a montagem dos equipamentos e mobiliários.





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