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Universidade do Mar da Baía da Guanabara funcionará em Paquetá

Faculdade de Oceanografia da Uerj ganhará programa de extensão

Por Anderson Madeira em 25/03/2022 às 20:07:41

Fotos: Divulgação/Movimento Baía Viva

A Baía da Guanabara, porta de entrada de navios para o Rio de Janeiro, será objeto de estudos acadêmicos e ganhou a Universidade do Mar da Baía da Guanabara, um programa de extensão da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Este é fruto de parceria da instituição feita em 2018 com a Associação de Moradores da Ilha de Paquetá (Morena) e o Movimento Baía Viva. Ato de criação da universidade foi assinado esta semana pelo reitor da Uerj, Ricardo Lodi Ribeiro.

A nova universidade conta com o apoio institucional de cerca de 70 instituições acadêmicas, como as reitorias da Uerj, UFRJ, Unirio, Uezo, PUC-RJ, UFRRJ e da UFF, além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Comissão Interministerial dos Recursos do Mar (CIRM). A nova instituição vai funcionar na Ilha de Brocoió, no arquipélago de Paquetá, cuja gestão foi transferida pela Secretaria de Estado da Casa Civil para a Uerj, para a instalação do campus avançado.


No último dia 17, foi realizada visita técnica na Ilha de Brocoió, com a participação de representantes da Secretaria de Estado da Casa Civil, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Instituto Estadual do Ambiente, Departamento de Ensino e Navegação da Marinha do Brasil e do Instituto Chico Mendes (ICMBIO), órgão do Ministério do Meio Ambiente, que gerencia as unidades de conservação da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e da Estação Ecológica da Guanabara; dos proponentes do projeto (UERJ, Baía Viva e MORENA) e da CONFREM (entidade nacional representativa de pescadores artesanais e de populações tradicionais).

A Ilha de Brocoió é um dos locais mais preservados do ecossistema da Baía da Guanabara e abrange a Zona de Amortecimento da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e a Estação Ecológica (ESEC) da Guanabara, com extensão de cerca de 80 km2 de manguezais em elevado grau de conservação Ambiental e que apresenta rica biodiversidade marinha e avifauna: os limites destas Unidades de Conservação da Natureza (UCNs) compreende os municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. O espaço foi escolhido pelos autores do projeto. O trecho é atualmente o abrigo e refúgio dos botos cinza, espécie símbolo ecológico do Rio de Janeiro e que se encontra ameaçada de extinção. Segundo o projeto Mamíferos Aquáticos, coordenado pela Faculdade de Oceanografia da Uerj, no final dos anos 1980 e início dos 1990 havia 800 botos cinza e hoje há apenas 34.


O objetivo da Universidade do Mar é fomentar o Ensino, Pesquisa e a Extensão universitária, cursos de capacitação profissional para comunidades pesqueiras, projetos de monitoramento ambiental e da biodiversidade marinha.

Para o ecologista Sérgio Ricardo, cofundador do Baía Viva e um dos idealizadores da Universidade do Mar, a criação desta é um marco histórico para o Rio e o Brasil.

"Em especial neste início de Década do Oceano e da Reserva dos Ecossistemas que foi instituída por decisão da Assembleia Geral da ONU para o período entre 2021 e 2030 como forma de enfrentamento efetivo da convergência ou somatório de crises ambiental, hídrica e sanitária e da Emergência Climática global em que vivemos. Depois de mais de 30 anos de propaganda governamental enganosa com falsas promessas de "despoluição da Baía de Guanabara" e de gastos bilionários em programas que, na prática, geraram poucos resultados reais para o processo de recuperação ambiental integrada da Baía de Guanabara, agora temos a esperança que este consórcio de universidades possa dar contribuições bastante relevantes para a formulação de políticas públicas para a superação do sacrifício ambiental das baías fluminenses”, disse Sérgio Ricardo.


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