Para Maxime Aubert, arqueólogo e geoquímico da Universidade Griffith, na Austrália, houve uma espécie de explosão criativa entre seres humanos de diferentes áreas do planeta, há mais de 40 mil anos.
A tese do cientista surgiu após um grupo de estudiosos encontrar pinturas rupestres localizadas fora da Europa, na mesma época. Mais precisamente em uma caverna de Bornéu, na Ásia.
Pouco tempo atrás, a comunidade científica considerava a França e a Espanha como os palcos das primeiras obras artísticas dos seres humanos. Teoria derrubada com a descoberta do mais antigo desenho de um animal rodeado por estênceis de mãos.
A imagem de tom laranja-avermelhado parece ser a silhueta de um touro. Tem cerca de 40 mil anos e é a pintura rupestre mais antiga. Figuras de mãos também estão pintadas abaixo da imagem maior.
Pinturas reveladoras
A descoberta muda o entendimento dos cientistas quanto à história da humanidade. Pode-se dizer, hoje, que o ser humano fazia arte rupestre há mais de 40 mil anos.
Os cientistas se perguntam como seres humanos que não tinham contato físico conseguiram desenvolver simultaneamente o dom da pintura.
Para determinar a idade em que pinturas deste tipo foram produzidas, os cientistas medem a proporção de isótopos de urânio e tório em pequenos crescimentos chamados d “pipoca de caverna”. Essas substâncias se formam sobre as artes rupestres.
A descoberta sugere que a criatividade humana para produzir desenhos de animais na Europa paleolítica, em locais como Lascaux – complexo de cavernas francesas famosas por suas pinturas rupestres – podem ter razões na linhagem humana:
“Na verdade, a pintura rupestre e outras formas relacionadas de expressão artística eram provavelmente parte das tradições culturais dos primeiros humanos modernos para se espalharem da África para a Ásia e Austrália, muito antes de chegarem à Europa", disse o co-autor Adam Brumm, também da Universidade Griffith.