Neste domingo (10), às 10 horas, adeptos do candomblé farão um ato de repúdio à intolerância religiosa na frente do Cemitério de Inhaúma, na zona norte da capital.
O caso aconteceu na última segunda-feira (4), quando funcionários da concessionária Rio Pax, que administra o cemitério, impediram o uso de um animal durante durante o sepultamento de um candomblecista, no cemitério.
A cerimônia foi concretizada graças à interferência de policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que foram ao local chamados pelo babalawô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. Mesmo assim, o episódio foi registrado na Decradi, localizada na Lapa.
No ano passado, a delegacia registrou 33 ocorrências de ultraje a culto religioso em todo o estado do Rio de Janeiro.
Ivanir dos Santos destacou que o direito ao culto religioso é garantido pela Constituição Federal e que uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) permite o sacrifício do animal, como parte do rito de passagem das matrizes africanas.
Ivanir defendeu, ainda, que a denúncia seja feita ao Ministério Público, e que o órgão proponha um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Rio Pax, para que a Constituição seja cumprida.
Em nota, a Rio Pax informou que é contrária a qualquer tipo de intolerância religiosa e reconhece a legitimidade de todas elas. Esclareceu que os funcionários da concessionária tentaram impedir o uso do animal no ritual do candomblé em cumprimento à legislação federal, estadual e municipal sobre o tratamento dispensado aos animais.
Fonte: Radioagência Nacional