A Prefeitura de Niterói realiza, nas próximas terça (14) e quarta-feira (15), uma ação de Atualização do Nome Social no cartão SUS e sua emissão, destinada às pessoas travestis e transexuais. A iniciativa, que ocorre no mês do orgulho LGBTQIA+, será realizada no Ambulatório João W. Nery, no Centro, das 12h às 18h. A ação é da Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a Coordenadoria de Defesa dos Direitos Difusos e Enfrentamento à Intolerância Religiosa (Codir).
Os interessados devem comparecer ao ambulatório portando documento com foto e CPF. O documento apresentado não precisa estar com o nome retificado e o uso de máscara é obrigatório.
A coordenadora do ambulatório, Caroline Cabral, fala da importância da iniciativa.
"A intenção é promover acesso a um direito já garantido pelo SUS e disponível nas Unidades de Atenção Primária, em uma Ação especial em grande escala para as populações travesti e transexual", afirmou Caroline. "O dispositivo, que funciona às quartas-feiras, se destaca por ter sido o primeiro entre os municípios do Rio de Janeiro, focado na atenção a esta população", destaca a coordenadora.
O evento é uma iniciativa do Departamento de Supervisão Técnico-Metodológica (Desum) da Secretaria Municipal de Saúde e do Ambulatório João W. Nery.
O ambulatório fica na Policlínica de Especialidades Sylvio Picanço, na Av. Ernani do Amaral Peixoto, 169, 4° andar, no Centro. A população pode entrar em contato pelo telefone (21) 2612-8184.
Quem foi João W. Nery
Primeiro homem transexual a ser submetido à cirurgia de readequação sexual no Brasil, Nery foi operado em 1977, durante a ditadura. Psicólogo, escritor e ativista, militou pelos direitos da população LGBTQIA+ e em sua homenagem foi elaborado o PL 5.002/2013, que prevê o direito ao reconhecimento de todas as pessoas trans sem necessidade de autorização judicial. O PL, no entanto, foi arquivado pela Câmara dos Deputados em 2019.
João Nery lançou dois livros nos quais narra sua vida, como em "Viagem solitária" (Leya, 2011, reeditado em 2019), e as de outras pessoas trans, em "Velhice transviada" (Objetiva, 2019).
Fonte: Prefeitura de Niterói