O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça junto à 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, obteve na Justiça a condenação de quatro integrantes de uma organização criminosa pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação ao tráfico. As penas aplicadas aos acusados variaram de seis a oito anos, em regime fechado.
De acordo com a denúncia, o chefe da organização criminosa, um conhecido traficante da capital baiana, Robson Costa Uzêda da Silva, estava escondido em Cabo Frio com sua esposa, também condenada, onde lavavam o dinheiro do tráfico de drogas, adquirindo automóveis de alto padrão e inúmeras propriedades, entre elas uma casa avaliada em cerca de R$960 mil e um terreno com valor de R$180 mil. Além de Cabo Frio, a organização criminosa atuava nos estados da Bahia e Sergipe.
Ainda segundo a denúncia, o chefe da organização, sem poder constituir patrimônio em nome próprio, fundou uma empresa de fachada em nome de sua esposa, que atuava como “laranja”, conferindo aparência de legalidade aos negócios de compra e venda de bens. Os demais acusados foram apontados como sendo os responsáveis pela movimentação financeira do bando, transferido grandes somas de dinheiro de outros Estados para a aquisição de imóveis em Cabo Frio.
A sentença decretou a perda de diversos bens dos denunciados - incluindo automóveis, terrenos e imóveis - em favor do Fundo Nacional Antidrogas, em valores que, somados, ultrapassam R$ 500 mil.
Identificado como Robson Costa Uzêda da Silva, o baiano foi preso em 27 de outubro do ano passado. A prisão aconteceu em uma casa de luxo em um condomínio no bairro Guriri, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio. Na Bahia, o homem era apontado como chefe do tráfico do bairro de Brotas, em Salvador. Na ocasião, Uzêda da Silva era suspeito de envolvimento em pelo menos quatro assassinatos motivados por disputas pelo tráfico e também por participar de um ataque a policiais, em 2015, que deixou um PM ferido.
De acordo com a Polícia Civil, Uzêda da Silva e a esposa estariam traficando drogas em Cabo Frio e no Estado do Rio de Janeiro, além de praticar lavagem do dinheiro ilegal. O homem já tinha sido preso outras vezes, uma delas em 2017 enquanto ia visitar a mãe, em cumprimento a um mandado de prisão pelo crime de homicídio.
Além do cumprimento de mandado de prisão, os policiais da 126ª DP, coordenados pelo delegado Carlos Eduardo Almeida, cumpriram mandados de busca e apreensão. Na operação, foram apreendidas anotações referentes às práticas ilegais.