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Morte de dona de pensão eleva para 19 número de vítimas de operação policial no Complexo do Alemão

Pelo segundo dia seguido, tiros atingem mulher sem envolvimento criminal, fora da área de confronto intenso

Por Portal Eu, Rio! em 22/07/2022 às 13:52:45

No segundo dia de operações no Complexo de Alemão. número de vítimas sobe para 19, com a segunda morte de uma mulher sem envolvimento criminal. Foto: Agência Brasil

Uma moradora foi atingida e morreu na manhã de hoje (22/7), no conjunto de favelas do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com a Secretaria de Estado da Polícia Militar, a mulher foi levada por policiais para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Segundo relatos de moradores, ela foi atingida por policiais.

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que Solange Mendes da Silva chegou morta à unidade hospitalar. “A família está no hospital, sendo assistida pelo Núcleo de Atendimento à Família (NAF), com apoio de assistente social e da psicóloga. O corpo será encaminhado ao IML”, completou a nota.

Com a morte de Solange, dona de pensão em uma das comunidades do Complexo, sobe para 19 o número de pessoas que morreram na comunidade, em 24 horas. O clima é tenso no bairro, um dia depois da operação integrada das polícias Militar e Civil, que resultou ontem (21) na morte de 18 pessoas. Hoje há uma nova operação, mas o policiamento das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) da região está reforçado e atuando na comunidade.

Moradores ainda relatam ouvir o som de tiros. A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que, nesta manhã, uma das bases da UPP Nova Brasília "foi atacada por criminosos efetuando disparos de arma de fogo. Não houve confronto envolvendo os policiais militares que estavam no local. Após cessar o ataque criminoso, uma mulher foi encontrada ferida e foi socorrida pelos policiais militares para a UPA do Alemão. Ocorrência em andamento”, informou a secretaria.

Segundo o porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, o batalhão de choque está no entorno do Alemão e o tiroteio é causado pelos criminosos que querem intimidar os policiais. “A tropa da UPP está recebendo apoio do pessoal do Choque em alguns pontos das comunidades. O tiroteio parte de criminosos dando tiros de intimidação tentando, de alguma forma, desmobilizar o policiamento, mas não tem confronto armado, não”, afirmou à Agência Brasil.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre o segundo dia de operações policiais conjuntas no Complexo do Alemão, um dos maiores conjuntos de favelas do subúrbio da capital fluminense, mais uma vez resultando na morte de uma mulher sem envolvimento criminal.


Em uma postagem no Twitter, o jornalista e fundador do jornal comunitário Voz das Comunidades informou que, segundo relatos de moradores, a vítima de hoje foi atingida por um policial.

“Dona Solange Mendes morreu agora de manhã aqui no Complexo do Alemão, por volta das 8h30 da manhã durante ação da UPP Nova Brasília para remoção deste concreto. Segundo vizinhos, ela foi baleada por um policial que se assustou quando a moradora passava no beco”, diz a publicação.

A moradora Solange Mendes, do Complexo de Favelas do Alemão, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, morreu baleada na manhã desta sexta-feira (22), quando caminhava por um beco, próximo à UPP da comunidade Nova Brasília.

A base, segundo nota da Polícia Militar, foi atacada a tiros por criminosos e após os disparos, a mulher foi encontrada ferida e levada pelos pms para o Hospital estadual Getulio Vargas, na Penha, também na zona norte, onde já chegou sem vida.

A nota diz, ainda, que não houve confronto envolvendo os policiais que estavam na unidade.

Um dia depois da operação conjunta das polícias militar e civil do estado no Complexo do Alemão, o policiamento nas comunidades está reforçado, com homens do Batalhão de Choque.

Moradores relatam nas redes sociais que ainda ouvem tiros.

Agora já são 19 os mortos no Complexo do Alemão, vítimas da operação deflagrada nessa quinta-feira para prender criminosos responsáveis por roubos de carga, de veículos e a agências bancárias.

Dentre os mortos, estão o cabo da PM Bruno de Paula Costa e Letícia Marinho Salles, de 50 anos, atingida dentro de um carro em circunstâncias ainda não esclarecidas. Segundo a polícia, os outros 16 mortos são suspeitos de ligações com o crime.

Ao fazer um balanço da operação, o porta-voz da Secretaria de Estado da Polícia Militar, tenente-coronel Ivan Blaz, considerou como absurda a resistência armada dos criminosos, admitindo que em duas horas de confronto, se esgotou toda a carga de munição dos agentes do BOPE, o Batalhão de Operações Especiais.

Blaz acredita que a organização que atua no Alemão esteja mais forte por causa da chegada de criminosos de outros estados.

Sobre os relatos de moradores de abusos e invasões de casas por policiais militares, Blaz disse que todas as denúncias serão apuradas pela corregedoria.

As comissões de Direitos Humanos da OAB e da Defensoria Pública do estado estão dando assistência aos moradores.

Operação

Ontem, quinta-feira, 21, a operação mobilizou cerca de 400 policiais militares e civis. O porta-voz da PM disse, que por questão de segurança, não pode informar quantos agentes fazem o patrulhamento hoje, mas revelou que os policiais estão espalhados em vários pontos das localidades do complexo.

O tenente-coronel disse ainda que não há como prever o que pode ocorrer ao longo do dia, mas o policiamento está colocado na região para garantir a segurança acompanhando a situação. Segundo ele, o transporte público está circulando normalmente e a madrugada não registrou ocorrências e foi “tranquila, sem estresse”.

A operação de ontem é a quarta mais letal em comunidades do Rio de Janeiro. Em junho de 2007, 19 pessoas morreram também no Complexo do Alemão; em maio de 2021 confrontos no Jacarezinho deixaram 28 mortos; e em maio deste ano, na Vila Cruzeiro, 25 pessoas morreram em confrontos.




Por Portal Eu, Rio!

Fonte: Agência Brasil

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