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Família que perdeu tudo em rompimento de adutora em Caxias acusa empresa de não assistir vítimas

Concessionária se comprometeu a, em até dez dias úteis, compensar a perda de bens móveis, veículos e eletrodomésticos

Por Anderson Madeira em 29/07/2022 às 22:26:17

Fotos: Divulgação

Uma das famílias que perdeu tudo no rompimento de uma adutora da concessionária Águas do Rio, em Xerém, distrito de Duque de Caxias, no último dia 7, acusa a empresa de não cumprir Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Defensoria Pública do Estado, assinado no último dia 19, para pagar indenização por danos morais e materiais às 100 famílias vítimas do acidente, ocorrido na Rua Wilson de Araújo, e que também atingiu a Estrada do Xerém, Beco São João e Travessa Poliana.


Pelo TAC, a concessionária se comprometeu a, em até dez dias úteis, compensar a perda de bens móveis, veículos e eletrodomésticos, com base no valor de mercado, além de providenciar a limpeza e reparos nas casas e estabelecimentos comerciais atingidos pelo alagamento, entregando-os em boas condições. Até a indenização, as famílias receberiam um valor para alimentação. O TAC foi assinado pelo 4º Núcleo Regional de Tutela Coletiva e o Núcleo de Defesa do Consumidor.


Segundo o advogado da família que acusa a empresa de não cumprir devidamente o TAC, Irvyng Ribeiro, a possibilidade do acordo, firmado com a Defensoria, venceu no último dia 26. “Interlocutores da empresa procuraram essa família algumas vezes e, até onde eu sei, não mais. A primeira proposta, salvo melhor engano, foi de R$ 9 mil. Depois, subiu para 12 mil, 15 mil e 18 mil. Nada disso chega próximo ao que a família perdeu. Por isso, as propostas foram recusadas. A partir deste momento, esses interlocutores insistiram em procurar essa família e começaram a falar: 'se você não aceitar isso, vai ficar sem nada, não vou mais poder te socorrer em nada'”, conta Irvyng.


De acordo ainda com o advogado, foi acordado que a empresa reconstruiria, por exemplo, o quintal desta família. “Com o não aceite da proposta deles, pararam de recuperar a parte de fora. A família está desamparada desde o dia do fato. A água entrou toda dentro da casa deles. Ela fica exatamente em frente onde ocorreu o rompimento da adutora. Estive no local algumas vezes e constatei que essa família perdeu seus móveis, suas roupas, itens de cozinha, itens da sala, televisão, geladeira, fogão, material escolar, louça e brinquedos. A casa ainda sofreu um prejuízo estrutural. Foram danos causados por conta de infiltrações, pois a água acabou entrando por dentro das paredes, tirando os pisos, enfim, uma série de danos. A gente levou uma empresa especializada em reforma e reconstrução para reestruturação do local e fez a avaliação dos bens, como a própria Defensoria pediu para a família”, relata Irvyng. “Essa empresa sequer abriu negociação a partir do momento em que a família recusou as investidas que eles fizeram”, acrescenta. Ele enviou notificação extrajudicial para a concessionária, que teria ignorado. O advogado vai entrar com ação na Justiça na próxima semana.


Procurada, a Águas do Rio informou que realizou todos os pagamentos dos acordos já celebrados com os moradores e a Defensoria Pública. Os valores das indenizações não foram definidos de forma fixa, mas sim variável, conforme os impactos avaliados individualmente. Os moradores ainda não contemplados foram os que optaram pela negativa do acordo, durante as sessões para conciliação. A Águas do Rio acrescentou que não houve data para o fim da formalização das negociações e as duas últimas serão assinadas na próxima semana.

Também acionada, a Defensoria Pública não se manifestou.

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