Quem tem parentes idosos próximos já reparou que, após uma queda ou um desequilíbrio, essas pessoas sentem-se inseguras e, dependendo da situação, deixam de fazer suas atividades. É neste momento que a fisioterapia se faz essencial para que a pessoa idosa recupere a sua independência e autonomia. De acordo com Cristiane Moreira, fisioterapeuta da Casa São Luiz, "estratégias dentro da Fisioterapia são usadas para desafiar o paciente".
A maioria das quedas ocorre dentro de casa, mas é preciso ter atenção especial nas ruas, já que grandes cidades não são completamente pensadas para a mobilidade da pessoa idosa.
“Atividades em dupla tarefa, por exemplo, são realizadas com a intenção de devolver segurança e autonomia. Essas atividades levam muito em consideração o dia a dia no Rio. Simulamos situações pensando em calçadas irregulares, sinalização e iluminação inadequadas, assim como o próprio ambiente residencial, para ter a desenvoltura de antes”, explica Cristiane.
Dupla tarefa
Com o envelhecimento fica difícil realizar duas atividades ao mesmo tempo, como por exemplo andar e falar ao celular, caminhar e mudar de direção para desviar de obstáculos como buracos nas calçadas, carros estacionados, etc.
De acordo com a profissional, estudos indicam que aproximadamente 30% dos idosos irão cair a cada ano. Esse percentual aumenta em até 40% em pessoas com mais de 80 anos.
“Em idosos que vivem em instituições de longa permanência (ILP), esse número pode chegar a 50%. Queda é uma questão de saúde pública”, diz Cristiane.
Desde um simples arranhão a fraturas, que impactam o Sistema Único de Saúde (SUS), as quedas podem trazer consequências físicas, socioeconômicas, baixa da auto estima e isolamento social por ptofobia (medo fóbico de cair). "Assim, torna-se fundamental realizar um trabalho abrangente para minimizar esses riscos", finaliza a profissional.