Para marcar o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio) volta a convocar pais e responsáveis que ainda não levaram seus filhos para atualizar a caderneta de vacinação. Há uma semana, a SMS-Rio deu início à busca ativa de crianças que não compareceram às unidades de Atenção Primária para serem protegidas contra a doença. A ação garantiu a aplicação de mais de 1.600 doses da vacina diariamente — o dobro em comparação à semana anterior, de 10 a 15 de outubro.
De acordo com Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio, a maior preocupação é o risco da reintrodução da poliomielite no Rio de Janeiro e no Brasil. “Hoje nós temos 130 mil crianças desprotegidas. Além das doses previstas no esquema regular, estamos aplicando mais uma dose de reforço em crianças de 1 a 4 anos. Por isso, convocamos os pais para que levem seus filhos nessa faixa etária aos postos. A vacina é o único meio de proteger as crianças contra essa doença, que é grave, pode matar ou deixar sequelas”.
O objetivo da intensificação da busca ativa é garantir que os cariocas entre dois meses e 14 anos estejam em dia com todas as vacinas recomendadas para cada faixa etária. Para a poliomielite, o esquema vacinal de rotina é composto por doses aos dois, quatro e seis meses de idade, e mais uma gotinha aos 15 meses e 4 anos. Além disso, está sendo aplicada ainda mais uma dose de reforço para crianças entre 1 e 4 anos.
É importante lembrar que a poliomielite — também conhecida como paralisia infantil — já foi erradicada no Brasil graças à vacinação, mas os baixos índices de imunização podem fazer com que ela volte a ser um problema de saúde pública. Desde o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, em 8 de agosto, a SMS-Rio aplicou mais de 174 mil doses, o que representa uma taxa de cobertura de 55,2%. A meta do município é vacinar cerca de 300 mil crianças, que correspondem a 95% do público-alvo.
A transmissão da doença ocorre por contato direto pessoa a pessoa, por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores do vírus, ou por meio de gotículas de secreções ao falar, tossir ou espirrar. Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, prisão de ventre, espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Pode ocorrer também flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores, nas formas mais graves da doença.
A busca ativa segue sendo feita pelos profissionais das clínicas da família e centros municipais de saúde, e pode ser realizada por WhatsApp, telefone ou presencialmente, na casa do morador. As unidades de Atenção Básica funcionam de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h; e aos sábados, das 8h às 12h.