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Segurança e qualidade

Fiocruz inclui malária como alvo na triagem das bolsas de sangue

Novo kit permite reduzir de 12 meses para um mês inaptidão de doadores em áreas endêmicas da doença


Novo kit inclui a testagem de malária na triagem das bolsas de sangue, além dos alvos HIV, hepatite B e hepatite C já presentes na primeira geração. Foto: Bernardo Portella, Bio-Manguinhos/Fiocruz

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) iniciou a implantação do Kit NAT Plus na hemorrede pública brasileira, em parceria com a Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) do Ministério da Saúde (MS). O novo kit inclui a testagem do alvo malária na triagem das bolsas de sangue, além dos alvos HIV, hepatite B e hepatite C já presentes na primeira geração do kit NAT brasileiro, disponibilizado desde 2011. Com isso, passará a contribuir não somente com um sangue ainda mais seguro, mas com a possibilidade de aumento das doações em âmbito nacional, uma vez que reduzirá de 12 para um mês o período de inaptidão dos doadores de sangue que estiverem em áreas endêmicas.

Trata-se de um kit molecular cujo desenvolvimento foi feito pelo próprio Instituto, que possui expertise nessa tecnologia há quase duas décadas. O kit NAT Plus traz diferenciais definidos juntamente com a CGSH e a hemorrede brasileira, com ganhos de sensibilidade e otimização do tempo de análise, por meio da nova tecnologia de extração de ácidos nucleicos, enzimas e das plataformas de equipamentos que processam o teste, gerando maior capacidade para os hemocentros. A implantação foi iniciada pelo Hemorio, tendo sido liberados os primeiros resultados em novembro, e ocorrerá de forma gradual em mais três hemocentros até o final de 2022, e nos demais ao longo do próximo ano, de modo a abranger os 14 hemocentros testadores do país.

Além disso, essa segunda geração do kit também é indicada para uso em amostras de doadores de órgãos ou doadores falecidos em parada cardiorrespiratória, ampliando a segurança em transplantes.

“O NAT Plus está acompanhando as novas tendências tecnológicas no diagnóstico molecular. Conseguimos reduzir a plataforma para dois equipamentos de última geração, que possuem grande capacidade de processamento e melhorias na usabilidade, contando com softwares mais amigáveis para os técnicos e gerando uma maior automação. Além disso, o NAT Plus está trazendo para os bancos de sangue uma tecnologia de ponta que aumenta a segurança transfusional e abre a possibilidade de incorporação de novos alvos no futuro”, salientou Mauricio Zuma, diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Para a execução do NAT Plus, Bio-Manguinhos/Fiocruz também desenvolveu o software BioLaudos, que possui interface com o sistema GSM-NAT, do MS, responsável pela liberação dos resultados de forma on-line.

Desde o início de 2011 até outubro deste ano, todos os mais de 30 milhões de bolsas de sangue doadas na rede pública do Brasil foram testadas com o kit NAT brasileiro, fornecido pelo Instituto. Até o momento, Bio-Manguinhos/Fiocruz entregou aproximadamente 1.300 reações da nova geração do kit, o “NAT Plus”.

Agência Fiocruz de Notícias

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