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Pela 1ª vez torcida carioca não terá Alzirão para ver os jogos da Copa do Mundo

Não haverá festa em um dos mais tradicionais locais de concentração em jogos da seleção brasileira na cidade do Rio de Janeiro

Por Anderson Madeira em 18/11/2022 às 21:10:48

Foto: Divulgação

A um dia do início da Copa do Mundo, no Catar, a torcida carioca não poderá contar com um dos mais tradicionais locais de concentração em jogos da seleção brasileira na cidade do Rio de Janeiro: o Alzirão, espaço montado na esquina das ruas Alzira Brandão e Conde do Bonfim, no bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio. Nas últimas 11 Copas, milhares de torcedores assistiram às partidas no local, com direito a shows musicais e toda uma infraestrutura que incluía banheiros, segurança, bandeirolas, telão, posto médico e barracas com comidas e bebidas. Além da falta de patrocínio, há uma batalha judicial.

Segundo a direção do Alzirão, até o momento, nem a Prefeitura do Rio e nem o Governo do Estado ofereceram algum tipo de patrocínio. Uma cervejaria que apoiou o evento nas copas anteriores também anunciou que não patrocinará mais a festa. Pela primeira vez, em quase 50 anos, há o risco da torcida não poder assistir aos jogos no espaço. A diretoria tenta obter cerca de R$ 500 mil para montar um palco e um telão, além de outros equipamentos, bem como poder colocar bandeirinhas e outros enfeites no local.

Para Guilherme Teixeira, idealizador e organizador de todos os "Alzirões", a falta de eventos no local nada tem a ver com a ausência de patrocínios e sim com uma fraude que teria ocorrido na convocação e na eleição da diretoria da Associação Recreativa e Cultural Turma do Alzirão, associação que foi criada por ele em 2005, quando a festa completava 20 anos de existência.

“Importante lembrar que a mesma não é a titular proprietária da marca 'ALZIRÃO', logo não é dona do evento, que tem mais de 40 anos de existência, e é organizado por mais de 70 voluntários, torcedores apaixonados”, explica Guilherme. De acordo com ele, a associação é composta por um pequeno grupo de apenas dez fundadores, onde somente quatro desses ajudam na organização do evento, sendo um deles o próprio Guilherme.

“Ocorre que quatro dos fundadores dessa pequena Associação, que foram por mim convidados e aceitaram fazer parte da fundação, porém jamais organizaram o evento, só agora decidiram, após 17 anos de completa prostração, fraudar a eleição para diretoria, às vésperas dessa Copa do Mundo. Em desrespeito ao estatuto, e sem competência para tal, convocaram eleição para uma determinada data e local, e realizaram a mesma, às escondidas, em outra data e em outro local, sem a presença dos sócios organizadores. Por fim, registraram essa fraude em forma de ata e flanaram por aí se passando pelos organizadores do evento”, disse o idealizador do Alzirão.

De acordo ainda com ele, há a suspeita de que algum dos fraudadores falsificou também uma petição no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no dia 14 de setembro passado, onde o autor se passou criminosamente pelo titular da marca, com o objetivo de transferir por fraude a referida marca para a atual diretoria da Associação, o que configura crime de falsidade Ideológica. A tal petição fraudada foi indeferida pelo INPI.

Guilherme ainda entrou com um pedido de liminar na 36ª Vara Cível da capital.

“Temos de restabelecer a diretoria da Associação e impedir que esse grupo, sem nenhuma expertise, tente realizar o evento e, com isso, coloque a população em risco. Chegou a nosso conhecimento que os mesmos solicitaram autorização aos órgãos públicos mentindo que o evento tem um público de apenas 5 mil torcedores, o que demonstra a total irresponsabilidade desse quarteto”, disse Guilherme, acrescentando que eles jamais fizeram o evento. “Culpam a Prefeitura, mas a mesma sempre ajudou o evento”, afirma.

Segundo ainda Guilherme, a falsa convocação dizia que a eleição ocorreria às 18:30h do dia 11 de julho no ? 59 da Rua Alzira Brandão e houve um pleito secreto no dia 18 de julho, em horário ignorado no nº 210 da Rua Alzira Brandão. “Metade dos sócios não compareceram para votar e nem tiveram direito de apresentar chapa. Os golpistas se consideraram eleitos por aclamação em uma chapa única”, reclama o idealizador do Alzirão.

Procurado, o atual presidente do Alzirão, Ronaldo Saliba, não se manifestou até o momento sobre a questão. A festa ainda não obteve o licenciamento da prefeitura. Na Copa de 2018, o Alzirão contou com 120 seguranças particulares, 120 banheiros químicos, 80 grandes grades, 70 grades pequenas, um palco fixo e contêineres para a imprensa. Além do telão, estruturas para os jornalistas e para os policiais militares. O primeiro jogo da seleção será na próxima quinta-feira (24), às 16 horas, contra a Sérvia.

Em nota, o governo do estado disse que “não recebeu nenhuma solicitação de apoio cultural para o evento no Alzirão”. A Prefeitura do Rio informou que iria apurar os fatos.

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