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Rio enterra o primeiro policial morto este ano

Cerimônia está marcada para as quatro e meia da tarde de domingo

Por Cezar Faccioli em 06/01/2019 às 14:09:24

Foi marcado para as quatro e meia da tarde deste domingo, 6 de janeiro, o enterro do corpo do policial militar Daniel Henrique Mariotti, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Baleado na cabeça, na tarde de sábado, ao tentar impedir um assalto na Linha Amarela, Mariotti foi levado ao Hospital Geral de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos.O velório do PM Daniel Henrique Mariotti começou por volta das 12h deste domingo. Ele é o primeiro PM assassinado por bandidos em 2019. O enterro de Daniel está marcado para às 16h30.

Em resposta ao assassinato, a Polícia Militar deflagou uma operação de grande monta, resultando em incursões e ocupações nas favelas de Manguinhos, Mandela, Arará (Benfica), Morar Carioca CCPL (Benfica e Del Castilho) e Jacarezinho. Helicópteros da Secretaria de Polícia Militar apoiaram a operação. Nas listas de WhatsApp de policiais militares, e em áudios captados da rádio-frequência usada pela PM, corria a informação de que o governador Wilson Witzel determinara pessoalmente a permanência em Manguinhos até a captura dos suspeitos pelo assassinato. Informações nas redes sociais dão conta de cinco mortos em Manguinhos e um em Jacarezinho, mas ainda não está disponível um balanço oficial de mortes, prisões e apreensões em decorrência. A única apreensão informada, em perfis oficiais de redes sociais, dá conta da apreensão de 400 quilos de maconha em tabletes na comunidade de Manguinhos, por conta do trabalho do Batalhão de Ação com Cães.

O Disque-Denúncia recebeu a informação de que um Ford Fusion branco KQS 9252, encontrado pegando fogo, recuperado pela PM no Riachuelo, haviam sido usados pelos suspeitos da morte do PM Mariotti. A supervisão do 22° Batalhão de Polícia Militar (BPM), onde Mariotti servia, confirmou que homens usando o Fusion participaram da tentativa de arrastão na Linha Amarela que terminou com a morte do PM.

Em 2018, 334 agentes de segurança foram baleados no Grande Rio, 113 morreram. Agentes de segurança incluem policiais civis, militares, federais, guardas municipais, agentes penitenciários, bombeiros e militares das forças armadas - na ativa, na reserva e reformados. Até às 21h deste sábado, o laboratório de dados Fogo Cruzado registrou 90 tiroteios/disparos no Grande Rio, um redução de 18.88% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 107 tiroteios/disparos.

Em 2018, a Região Metropolitana atingiu a marca de 9.651 tiroteios/disparos de arma de fogo, uma média de 26 registros por dia.

Pistas que levem à prisão de assassinos do PM rendem até R$ 5 mil

O Disque Denúncia ofereceu, neste domingo, uma recompensa de R$ 5 mil por informações que levem ao paradeiro dos envolvidos na morte de Daniel Henrique Mariotti. Segundo as primeiras informações, os criminosos estavam em um Ford Fusion roubado, de cor branca, que foi recuperado na Rua Luiz Zancheta, no Riachuelo. Denúncias podem ser feitas pelo WhatsApp ou Telegram do Portal dos Procurados, pelo telefone (21) 98849-6099; na Central de Atendimento, pelo (21) 2253-1177; através do Facebook; e pelo aplicativo "Disque Denúncia RJ". O anonimato é garantido pela polícia.

Presidente e Governador lamentam morte do PM, Witzel envia sub-secretário de Direitos Humanos ao comando da PM

Além da operação com as tropas de elite da PM, o governador Wilson Witzel emitiu na manhã de domingo nota de pesar pela morte do soldado PM Mariotti.

"O Rio de Janeiro acaba de perder mais um herói nesta guerra contra os terroristas nas ruas do nosso Estado. Quero manifestar meu mais profundo pesar pelo assassinato do soldado PM Mariotti e minhas condolências à família. Que Deus o abençoe e o receba. Como governador, a morte de um policial é como perder um filho. Vamos investigar este caso com todo o rigor e não vamos parar o combate ao crime até devolvermos a paz ao Estado," dizia a nota. Witzel determinou ainda que a Sub-Secretaria de Direitos Humanos levasse condolências à família e acertasse providências com o Comando da PM. "Informo que a subsecretaria de direitos humanos se encontra na sala do oficial do 3º BPM. Para dar todo apoio a família do policial baleado na Linha Amarela.

A mando de nosso governador.

Os ventos da mudança chegaram e seja bem vindos.

Deus seja louvado irmãos," informava a nota da Sub-Secretaria.

Em tom semelhante ao do governador Witzel, seu aliado, o presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter para expressar seus pêsames e reafirmar a necessidade de cooperação entre os três poderes da República para combater o crime: "Meu pesar à família de mais um PM assassinado no RJ, o soldado Mariotti. A caça aos agentes de segurança e o massacre dos cidadãos de bem sempre foram tratados como números. Legislativo, Executivo e Judiciário juntos, devem na lei, propiciar garantias para que o bem vença o mal."

Jorge Mariotti, pai do PM assassinado, publicou mensagem no Twitter afirmando seu orgulho da profissão de filho.

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