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Escoliose Idiopática

Seis milhões de brasileiros têm curvatura acentuada na coluna vertebral

Neurocirurgião Felipe Mourão, especialista em cirurgia de coluna vertebral, explica a patologia


Foto: Divulgação

Estima-se que 2 a 4% dos adolescentes e jovens com idade entre 10 e 20 anos apresentam a escoliose idiopática, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a entidade, 6 milhões de brasileiros têm curvatura acentuada na coluna vertebral e 50 milhões de crianças no mundo.

Popularmente chamada de “coluna torta”, a escoliose caracteriza-se pela curvatura lateral da coluna, quando observada de frente. A escoliose se caracteriza pela curvatura lateral da coluna vertebral.

Pode estar presente desde o nascimento, assim como se desenvolver na infância. Em sua maioria dos casos são leves, mas o mais comum é surgir na adolescência, durante o "estirão puberal", que é o crescimento acelerado na fase de puberdade, mais comum nas adolescentes do sexo feminino.

Existem diferentes tipos de escolioses em relação à sua origem (degenerativa, neuromuscular e congênita). A escoliose pode ter origem congênita, ou seja, desde o nascimento; devido à malformação da própria vértebra, também pode ter origem neuromuscular, acarretando problemas de saúde como a paralisia cerebral, lesões medulares e algumas distrofias musculares, que podem levar ao aparecimento desta curvatura exagerada da coluna vertebral.

“Mais comum na população é a escoliose idiopática do adolescente, que ainda não apresenta uma causa conhecida para sua origem. De uma maneira geral, é percebido pelos pais ou pelo próprio adolescente através da diferença de altura dos ombros, ou mesmo do quadril, quando olhado de frente”, ressalta o neurocirurgião Felipe Mourão, especialista em cirurgia de coluna vertebral

O sintoma mais marcante para o adolescente é a dor, mas o aspecto social que envolve este tipo de deformidade não pode ser desconsiderado na vida de um adolescente.

O diagnóstico é confirmado através do exame físico, onde avaliamos o dorso e a altura dos ombros e quadril, assim como com exames de imagem, principalmente radiografias panorâmicas da coluna vertebral em AP, perfil e com inclinações laterais, além da medida do ângulo de Cobb", completa Mourão.

Quais os sintoma da escoliose?

O neurocirurgião Felipe Mourão explica que, de maneira geral, a acentuação da curvatura lateral da coluna não causa dor. Por isso, em alguns pacientes o diagnóstico acaba sendo tardio, com curvas mais avançadas. Por isso que é recomendado o acompanhamento médico, uma vez que o diagnóstico precoce faz toda diferença na condução e evolução do paciente.

Mourão ressalta que pais ou cuidadores e até mesmo a própria pessoa percebe o desalinhamento dos ombros ou do quadril (cintura). Esta é a forma mais fácil de "achar" a escoliose, olhando a alteração no corpo. Daí faz-se necessário a avaliação do especialista em coluna, que solicita a radiografia panorâmica da coluna vertebral e avalia o ângulo de Cobb, que é uma técnica para medir a deformidade da coluna vertebral. Já em crianças, a avaliação é feita e a classificação de Risser é usada para classificar a maturidade esquelética.

Outro ponto fundamental é a definição da maturação óssea do esqueleto, também medida através da radiografia do punho ou bacia, onde há a avaliação do índice de Risser. Com ela é possível identificar a capacidade de progressão da curvatura.

Somente após avaliação da curvatura da maturação do esqueleto, o tratamento poderá ser definido.

Como tratar escoliose?

O tratamento pode ser feito de forma conservadora através de fisioterapia e uso do colete, dependendo do grau de curva - ângulo de Cobb ou Risser.

O tratamento cirúrgico deve ser estabelecido em algumas condições, entre elas a progressão da curva, apesar do uso de órtese.

Cirurgias são feitas em situações de curvas elevadas, aquelas superiores a 40 graus ou em progressão, apesar do tratamento conservador.

O pós-operatório é variável e depende da extensão da cirurgia.

Em cirurgias mais longas, no pós-operatório imediato, o paciente fica em observação no CTI nas primeiras 24h, para um monitoramento mais próximo. Logo após segue para o quarto, onde se inicia a recuperação com fisioterapia motora e reabilitação corporal, pois há uma mudança de altura e alinhamento que o corpo precisará se adaptar após o procedimento.

De maneira geral, o processo de fusão ocorre no período de 3 a 6 meses, quando o paciente está liberado para as atividades físicas.





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