A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu, nesta quinta-feira (10/01), ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Michel Temer e os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco sejam investigados juntos. A investigação é sobre o suposto caso de recebimento de suborno pago pela empreiteira Odebrecht.
Com o fim do foro privilegiado pelo término do mandato do ex-presidente Temer, a procuradora decidiu pedir a reabertura do inquérito que havia sido suspenso pelo ministro do STF, Edson Fachin.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, em outubro do ano passado, havia suspendido o inquérito judicial contra o ex-presidente até que o mandato chegasse ao fim.
No entanto, parte da investigação relacionada aos ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco foi encaminhada para a Justiça Eleitoral de São Paulo.
O envolvimento de Temer, Moreira e Padilha só foi descoberto com a delação premiada de seis ex-executivos da Odebrecht, que relataram o pagamento de R$ 10 milhões para o caixa dois da campanha de Paulo Skaf (MDB), candidato ao governo de São Paulo no ano de 2014. O pagamento da propina foi combinado em um jantar no Palácio do Jaburu, quando Temer ainda era vice-presidente. A Polícia Federal, após investigação, suspeita que Michel Temer recebeu R$ 1,4 milhão por meio de intermediadores.
Quando o relatório da Polícia Federal foi divulgado, a assessoria de imprensa disse, em nota, que as investigações do delegado responsável pelo caso eram "um atentado à lógica e à cronologia dos fatos".
O advogado de Eliseu Padilha, Daniel Gerber, negou na época que o ministro estivesse envolvido em qualquer ato de corrupção.
Na manifestação enviada, Raquel Dodge afirmou que existe uma ligação nas acusações contra os três acusados.