O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), em conjunto com a Polícia Federal, através da Delegacia de Repressão às Drogas (DRE-PF), realiza nesta quinta-feira (26/01) a operação Fim do Mundo, contra organização criminosa responsável por traficar armas e drogas para integrantes de uma das principais facções criminosas em atuação no Rio de Janeiro.
O objetivo é cumprir 18 mandados de prisão e outros 31 de busca e apreensão em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, a pedido do MPRJ, que também requereu o sequestro de bens móveis e imóveis dos denunciados. No Rio, já foram cumpridas as prisões do Edivaldo Freitas Portugal, vulgo Edinho Portugal, detido sem resistência saindo de um motel em Nova Iguaçu e de seu braço financeiro Gabriel Salabert, encontrado em casa no condomínio Maramar, no Recreio. Até as sete e meia da manhã desta quinta, haviam sido cumpridas 10 prisões (4, no Rio; 4, em SC; 2, em SP).
A denúncia demonstra que os alvos da operação fornecem armas e drogas para lideranças do tráfico, que revendem esses produtos ilícitos em diversas comunidades do Rio de Janeiro dominadas pela facção Terceiro Comando Puro (TCP), além de localidades de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
O denunciado Edinho Portugal, é apontado como um dos líderes dessa associação criminosa, cabendo a ele o gerenciamento financeiro e a coordenação da logística da compra e venda das cargas fornecidas. A investigação verificou que um dos pontos de descarga das drogas e armamentos ilegais era a CEASA (Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro), utilizada por traficantes devido à proximidade com a Comunidade de Acari.
Já Sebastião Fernando de Oliveira é apontado pela denúncia como um dos fornecedores, enquanto Sandro Rogério de Souza, Gabriel Salabert da Silva Santos e Fábio Moraes da Silva, vulgo Fabinho PDQ, atuam como braços financeiros, efetuando pagamentos e utilizando manobras para lavar o dinheiro ilícito angariado com o tráfico. Para se ter ideia do lucro movimentado pelos criminosos, a denúncia descreve que Edivaldo adquiriu um imóvel de veraneio por R$ 2.5 milhões, e comprava automóveis de luxo que custavam centenas de milhares de reais. A aquisição de veículos de alto luxo (BMW, Porsche, Mercedes, entre outros) era uma das maneiras utilizadas por Edivaldo para lavar o dinheiro obtido com o tráfico. Esses carros e imóveis de luxo eram registrados em nomes de "laranjas" para ocultar a real propriedade dos bens.