O prefeito polonês Pawel Adamowicz morreu no hospital depois de ser esfaqueado no palco em um evento de caridade. O político passou por uma cirurgia de cinco horas para conter ferimentos em seu coração e abdômen, enquanto moradores faziam fila para doar sangue.
Adamowicz, o prefeito de Gdansk, foi atacado na frente de centenas de pessoas no domingo (10) durante um evento em auxílio da Grande Orquestra de Caridade de Natal.
Ele foi submetido a cinco horas de cirurgias por ferimentos em seu coração e abdômen, enquanto moradores locais faziam fila para doar sangue, mas o ministro da Saúde, Lukasz Szumowski, disse a repórteres na segunda-feira (14): "Não podemos vencer. Não foi possível superar tudo o que havia acontecido com ele. Que ele descanse em paz."
A polícia prendeu um homem de 27 anos com antecedentes criminais por suspeita de tentativa de homicídio e ele continua sob custódia. Investigadores disseram que ele parecia ter problemas mentais e ganhou acesso ao palco com um cartão de mídia.
De acordo com a emissora polonesa TVN, ele gritou do palco e alegou que ele havia sido preso injustamente pelo governo anterior. O suspeito - que segundo as autoridades foi anteriormente condenado por envolvimento em assaltos a banco e cumpriu pena de cinco anos e meio - será submetido a um exame psiquiátrico.
Após a notícia de sua morte, o presidente do Conselho da União Europeia, Donald Tusk, twittou: "Pawel Adamowicz, prefeito de Gdansk, um homem de solidariedade e liberdade, um europeu, meu bom amigo, foi assassinado. Que ele descanse em paz".
No domingo, o ministro do interior da Polônia, Joachim Brudzinski, havia condenado o ataque ao prefeito de 53 anos como um ato de "barbárie indesculpável".
Momentos antes do incidente, Adamowicz, que estava em seu sexto mandato como prefeito, postou uma foto da vista do palco na sua conta no Instagram. A imagem mostrava membros da plateia segurando luzes brancas durante o evento Lights To Heaven, que arrecadou dinheiro para equipamentos médicos para o sistema de saúde polonês.
O político foi prefeito de Gdansk por mais de 20 anos e fez parte da oposição democrática que começou na cidade sob Lech Walesa na década de 1980. Ele era visto como uma voz progressista no país, apoiando os direitos LGBT e a tolerância para grupos minoritários.
Comícios anti-violência estão sendo planejados em todo a Polônia em resposta ao ataque.