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Exclusivo: ex-Prefeito de Quissamã é flagrado em ato antidemocrático de Macaé e exonerado do Governo Castro

Armando Carneiro foi prefeito por duas vezes eleito pelo atual modelo de votação que criticou nas ruas


Armando Carneiro foi um militante ativo nos atos antidemocráticos realizados em frente ao quartel do Exército de Macaé, no norte fluminense. Foto: Reprodução

Nomeado até recentemente na secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Rio, o ex-prefeito da cidade de Quissamã, Armando Carneiro, foi um militante ativo nos atos antidemocráticos realizados em frente ao quartel do Exército de Macaé, no norte fluminense, segundo revela reportagem exclusiva da Web TV Portal Eu, Rio! (vídeo abaixo).

Em algumas imagens, Carneiro aparece vestido com a camisa e bandeira do Brasil, cantando hinos do Exército, juntamente com uma multidão que mostrava cartazes pedindo intervenção militar e anulação das eleições de outubro.

O movimento contestava o resultado das eleições, levantava suspeitas sobre a lisura do pleito e as urnas eletrônicas. Armando foi prefeito por duas vezes eleito pelo atual modelo de votação que criticou nas ruas.

Após o Portal Eu, Rio! buscar informações sobre a nomeação na estrutura do governo do Estado, o Diário Oficial publicou a exoneração de Armando. O governo estadual informou que não sabia do seu envolvimento na manifestação em frente ao Quartel do Exército.

Porém, Armando foi transferido de pasta no dia 26 de janeiro, passando para a função de Superintendente de Energias Limpas, na recém criada Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar. Ele foi exonerado do cargo um dia após a publicação da sua nomeação no Diário Oficial do Estado e dois dias após o Portal Eu, Rio! questionar a gestão Cláudio Castro quanto à participação do então servidor em atos extremistas organizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os atos antidemocráticos violam a Constituição Federal e vem sendo duramente combatidos no âmbito de operações realizadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e STF (Supremo Tribunal Federal).

Armando Carneiro é marido da atual vereadora de Quissamã, Alexandra Moreira (PSC), também bolsonarista. Os dois, segundo a reportagem da Web TV do Portal Eu Rio!, aparecem em fotos ao lado do deputado estadual Felipe Poubel (PL), o mesmo que mantinha nomeado como assessor parlamentar o militante extremista Carlos Victor Carvalho, também conhecido por CVC, autoproclamado líder do movimento “Direita Campos”.

CVC foi preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Ulysses no último dia 19 de janeiro, quando estava foragido em uma pousada na cidade de Guaçuí (ES). Atualmente teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e continua preso na Penitenciária Carlos Tinoco da Fonseca.

Além dos atos antidemocráticos, o ativista também teria participado dos atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro, quando extremistas depredaram o Palácio do Planalto, a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.

As células antidemocráticas operam em várias frentes em algumas cidades. As principais são as manifestações de rua, mas também procuram atuar por meio de intimidação contra oponentes desassociados do movimento extremistas. Em muitas situações utilizam como mecanismo denúncias ao Ministério Público Estadual (MPRJ), com intuito de criar fatos nas redes sociais ou páginas apócrifas.

Prisões em Brasília

Após os atos violentos em Brasília, no dia 8 de janeiro, 942 pessoas continuam presas por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que analisou a situação de quase 1.500 pessoas envolvidas.

A decisão foi tomada para “garantir a ordem pública” e a efetividade das investigações. O ministro enumerou diversos crimes praticados no dia 8 de janeiro: atos terroristas, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.

Mais de 460 envolvidos foram liberados e estão em liberdade provisória. Podem responder ao processo com o uso de tornozeleiras eletrônicas e estão sob medidas cautelares, que prevê: proibição de sair à noite, sair da cidade e viajar. Eles também tiveram os passaportes suspensos e estão proibidos de acessar redes sociais ou se comunicar com os demais investigados.

Alexandre de Moraes também orientou à justiça que investigue “o financiamento da vinda e permanência em Brasília daqueles que concretizaram os ataques”, além de outras condutas antidemocráticas que ajudaram a fomentar os atos terroristas, como foi o caso das manifestações em frente aos quartéis.

Todos os detidos foram submetidos, conforme a lei, a audiências de custódia, tanto por juízes do Tribunal Regional Federal da primeira região (TRF-1), quanto por magistrados do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Os homens com prisão preventiva foram encaminhados para o Complexo Penitenciário da Papuda e as mulheres para a Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia.


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