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Racismo e nazismo

Ativistas programam ato de repúdio contra vandalismo em busto de Maria Conga de Magé

Monumento foi riscado com a suástica nazista no último fim de semana


Foto: Divulgação

Entidades do movimento negro farão nesta sexta-feira (10), às 9 horas, no Pier da Piedade, em Magé, na Baixada Fluminense, a coroação de Maria Conga (entidade da Umbanda). Será um ato de repúdio ao vandalismo de caráter racista e nazista cometido contra o busto da entidade, no último fim de semana. Na ocasião, moradores da região encontraram o monumento riscado com a suástica nazista. As organizações cobram da Prefeitura de Magé o reparo do busto e que o Estado responsabilize juridicamente os responsáveis pelo ataque.

As entidades participantes serão o Quilombo Maria Conga, o Quilombo do Feital, Acquilerj, Centro Espírita São Jorge Guerreiro, Coletivo Guarani, o Fórum Climático de Magé, o Movimento Negro Unificado (MNU), a Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial, Comitê Popular de Lutas- Magé, Frente Estadual pelo Desencarceramento RJ, Comissão de Igualdade Racial e Comissão de Direitos Humanos da OAB Magé-Guapimirim, Rede de Comunidades e Movimento contra a Violência.

A Prefeitura de Magé divulgou nota afirmando que repudia com veemência o ato de vandalismo e que sente orgulho de ter instalado o monumento em um dos pontos turísticos mais movimentados da cidade. Além disso, também diz que vai instalar um sistema de monitoramento com câmeras de segurança.

Monumento

O monumento foi inaugurado em novembro de 2021 e exalta a memória da líder quilombola que marcou a história da cidade de Magé ao fundar um quilombo na região. O busto foi feito pela artista mageense Cristina Febrone e perpetua a história de Maria Conga, que chegou ao Brasil escravizada e retirada do Congo, seu país de origem. Nascida em 1792, filha de um rei africano, ela chegou à Bahia em um navio negreiro, no ano de 1804. Aos 18 anos, foi vendida a um senhor de engenho da região de Magé e, aos 24 anos, foi comercializada novamente.

A alforria de Maria Conga foi decretada aos 35 anos, quando fundou o quilombo Maria Conga — hoje reconhecido pela Fundação Palmares —, onde protegeu e cuidou dos negros escravizados que fugiam das senzalas da região.

Maria Conga também tem devoção espiritual pelos religiosos de matriz africana, principalmente da Umbanda, onde é louvada como um dos espíritos da falange de “pretos-velhos”, o que também causou indignação do ponto de vista religioso e cultural.

OAB-Magé

A Comissão de Direitos Humanos da OAB de Magé informou que vai, junto à Comissão de Igualdade Racial, reivindicar ao Ministério Público de Magé que abra investigação sobre o caso pelos crimes de dano ao patrimônio público, racismo e apologia ao nazismo, além de cobrar da Coordenadoria da Igualdade Racial do Município de Magé uma nota de repúdio, restauração do busto e outras providências cabíveis.


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