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Operação Epilogue investiga acordo entre candidatos e chefes da milícia de Tandera

MPRJ e Polícia Civil estão nas ruas para cumprir 13 mandados de prisão por homicídios, grilagem de terras, extorsão e lavagem de dinheiro

Por Portal Eu, Rio! em 03/05/2023 às 12:42:50

Operação Epilogue busca cumprir 13 mandados de prisão preventiva contra bando de Tandera, milícia que atua na Baixada Fluminense. Arte: Ascom MPRJ



O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e da Polícia Civil, através da 48ª DP (Seropédica) e da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (CIAF), deflagraram, na manhã desta quarta-feira (03/05), a Operação Epilogue. São cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e outros 25 de busca e apreensão contra integrantes da organização criminosa conhecida como “milícia do Tandera”.

De acordo com as investigações, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, principalmente nos municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica. As investigações também revelaram a formação de uma “coalizão” entre candidatos a cargos eletivos para as eleições de 2020, na região da Baixada Fluminense, e os líderes da milícia.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital e a ação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

De lugar-tenente de Ecko a rival de Zinho pelo controle de territórios na Baixada e no Rio

Em setembro de 2020, o grupo paramilitar de Tandera havia sido alvo da operação “Fiegling”, para cumprir sete mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia de Nova Iguaçu. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.

De acordo com a denúncia, Danilo Dias Lima, vulgo “Tandera”, Lucas Leite dos Santos, vulgo “Pará”, José Magnus Martins Santa Rita, Michel de Carvalho Pereira, vulgo “Barba”, Júlio Cezar Nascimento dos Santos, Luiz Ricardo de Andrade Domingues, vulgo “Livinho”, e Daniel de Abreu Guarani, vulgo “Madruga”, fazem parte de uma milícia privada que atua nos bairros Cabuçu, Km 32 e Grão Pará, dentre outros, na localidade conhecida como “Estrada de Madureira”.

O grupo criminoso se vale de práticas como homicídios, extorsões, receptação, adulteração de sinal de veículo automotor e contrabando para obter vantagens patrimoniais e de domínio do território na região, conectando-se, ainda, a outras organizações criminosas atuantes em Santa Cruz, Campo Grande e Jacarepaguá. “Tandera” é apontado como o líder do grupo, sendo considerado à época o braço direito do miliciano “Ecko, líder da chamada “milícia de Santa Cruz”, organização criminosa atuante na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. No ano seguinte, com a morte da Ecko em confronto com a Polícia Civil, Tandera passou a atacar os pontos controlador por Zinho, irmão de Ecko.

No curso das investigações, os denunciados “Pará”, “Barba” e José Magnus foram presos em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, sendo que “Barba” encontra-se atualmente preso na penitenciária Bandeira Stampa. As interceptações telefônicas que embasaram a denúncia também levaram às prisões de Gabriel de Abreu Guarani, Fagner do Vale Cherem e Romulo Moreira Feu de Souza, integrantes da milícia que domina a comunidade do “Terreirão”, no Recreio, além de Naldo da Carobinha, líder da milícia na comunidade da Carobinha, em Campo Grande.

No pedido de prisão encaminhado ao Juízo, ressalta o GAECO/MPRJ que a custódia preventiva tem por objetivo prevenir ameaças à tranquilidade da colheita de provas, uma vez que, soltos, os denunciados poderão influenciar testemunhas.

Em 2022, operação policial focou bando de Zinho, por execuções de rivais ligados a Tandera

na manhã desta quinta-feira (25/08), mandados de prisão e de busca e apreensão contra milicianos integrantes da quadrilha chefiada por Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como “Zinho”, que atuam na zona oeste da Capital e na Baixada Fluminense. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do TJRJ.

Entre as oito pessoas presas no início da manhã, está Geovane da Silva Mota, vulgo GG, integrante do primeiro escalão da organização criminosa, que foi preso em Gramado, no Rio Grande do Sul.

As investigações revelaram um esquema de extorsão, posse e porte de armas de fogo de uso permitido e de uso restrito (fuzis), comércio ilegal de armas de fogo, corrupção ativa de agentes das Forças de Segurança, além de diversos homicídios, que são incessantemente planejados e executados pelos milicianos em face de criminosos rivais, que integram a milícia comandada por Danilo Dias, conhecido como “Tandera”.

Os elementos de prova arrecadados até o momento evidenciam uma matança generalizada que é fomentada pela organização, que tem como pilar para o seu funcionamento e manutenção a destruição dos integrantes da milícia rival e de quaisquer pessoas que possam auxiliar os seus inimigos, ou prejudicar o andamento de suas atividades criminosas. A investigação ainda revelou que há criminosos destacados exclusivamente para fazer, de forma incessante, o levantamento de dados pessoais e a vigilância dos alvos que devem ser “abatidos”.

A quadrilha também pratica extorsões de forma reiterada, cobrando pelo pagamento de “taxas” de comerciantes e prestadores de serviço que ousam empreender nas áreas que são por ele subjugadas, independentemente da capacidade financeira dos empreendedores. Até as informais barraquinhas de rua, que vendem lanches, são achacadas pelos criminosos.

A Operação, fruto do trabalho conjunto do GAECO com a Polícia Federal, ainda visa identificar outros integrantes da organização criminosa, que é considerada a maior milícia em atividade do Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

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