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Impasse prolongado

Sepe desafia proibição judicial e assembleia mantém greve nas escolas estaduais

Categoria marca 'arrastão' para informar rumos do movimento nas unidades de ensino


Assembleia na quadra da São Clemente decidiu pela manutenção da greve nas escolas estaduais, iniciada 17 de maio. Foto: Ascom Sepe

Apesar de decisão da Justiça ter determinado o fim da greve dos professores da rede estadual de educação do Rio de Janeiro, a categoria decidiu, em assembleia realizada no início da tarde desta quarta-feira (21), continuar com a paralisação iniciada em 17 de maio.

A decisão foi tomada em assembleia na quadra da escola de Samba São Clemente, na Cidade Nova. Após a reunião, a categoria fechou as duas pistas da Presidente Vargas, em direção à zona norte da cidade, provocando um grande tumulto no trânsito. Depois de mais de uma hora de manifestação, as pistas foram liberadas.

A coordenadora geral do Sepe, Duda Queiroga, lamentou que mais uma vez não houve negociação com o governo. "Só rebates, sem apresentar proposta, sem dialogar com os questionamentos apresentados e, por fim, a Secretaria de Educação disse que não apresentará propostas para o conjunto da categoria”, avaliou.

A categoria marcou para hoje (22) um “arrastão da greve” nas escolas da rede estadual para informar os rumos do movimento.

Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre o impasse nas negociações entre a categoria e a Secretaria Estadual de Educação.

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, afirmou na decisão que a paralisação é ilegal e que as negociações ainda não terminaram e existem reivindicações que dependem de mudanças na lei. O desembargador citou que “as atividades dos servidores da educação são essenciais” e fixou multa no valor de R$ 500 mil ao Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e de R$ 5 mil aos seus diretores em caso de descumprimento da medida.


A secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, recebeu pela 11ª vez, nesta quarta-feira (21), representantes do Sepe para, mais uma vez, estabelecer ritos de negociação e, com o auxílio de técnicos da Secretaria de Estado de Fazenda e de Planejamento e Gestão, explicar o quadro econômico e as limitações impostas ao Estado pelo Regime de Recuperação Fiscal (RRF).


“A valorização dos profissionais da educação é essencial, mas temos que lembrar o papel que nós, educadores, temos. O aluno é o principal ator e ele não pode ser ainda mais prejudicado. Lembro que, além da secretaria e dos pais, outros integrantes da sociedade, como as instituições protetivas das crianças e jovens, também estão preocupados. Vamos continuar buscando o respeito e o diálogo, e espero que esses valores sejam os eixos norteadores para reposição do calendário escolar, assim como o caminho para o abono dos dias sem aula”, disse Roberta Barreto, em nota.

O texto esclarece que “além de garantir que nenhum professor da rede receba menos do que o piso nacional do magistério, o governo já destinou quase R$ 1 bilhão em benefícios para os profissionais do magistério, e deu 20% de recomposição para todos os servidores, nos últimos dois anos, além de colocar os salários em dia. A secretaria enaltece o compromisso da maioria dos educadores (79%), que, nesta quarta-feira, compareceu às salas de aula”.

Roberta Barroso informou ainda que na próxima quarta-feira (28), por decisão do Tribunal de Justiça do Rio, haverá uma audiência de conciliação, na sede do órgão, com representantes do governo e do Sepe.




Agência Brasil

greve dos professores Rio de Janeiro

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