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Paternagem

Agosto é marcado pelo mês dos pais e também da primeira infância

Projeto de Lei que institui agosto como mês da primeira infância foi aprovado este ano


Foto: Divulgação

Agosto, conhecido por ser dedicado aos pais, data celebrada no segundo domingo do mês, ganhou mais um significado especial: agora é considerado também o mês da primeira infância, que corresponde de 0 aos 6 anos de idade. A iniciativa foi aprovada pelo Senado em junho deste ano. O projeto de Lei 2.034/2021 busca conscientizar sobre a necessidade da atenção integral às gestantes, às crianças e suas famílias em todo o país.

"É curioso essa iniciativa ser implantada no mês onde também celebramos o Dia dos Pais, já que nessa primeira infância é comum acontecer de os pais não terem muita participação nos cuidados diários dos filhos, já que muitos estão trabalhando e por não se verem nessa função. Então, a mãe acaba sendo a principal cuidadora dessas crianças", explica a psicóloga Luana Menezes.

Especialista em psicanálise e psiquiatria com crianças e adolescentes pela UFRJ, Luana conta ainda que durante a sua experiência ao longo de 13 anos em consultório de psicóloga percebe que, geralmente, as mulheres da família contam com a ajuda de outras mulheres como sogra, cunhada, mãe, ou seja, elas que regem esses primeiros cuidados com o bebê.

"Os pais só se sentem um pouco mais confortáveis de se aproximarem da criança quando ela está maior e isso acaba atrapalhando a relação entre eles. Portanto, acredito que esse projeto que acaba de ser aprovado pode servir de conscientização sobre a necessidade dos pais valorizarem os cuidados e o afeto com seus filhos desde a primeira infância, já que é de extrema importância para o vínculo pai e bebê", explica Luana.

A autora do livro infanto-juvenil "Eu Só Quero Brincar", também relata que, com o passar dos anos, a mentalidade dos homens vem mudando. Segundo Luana, já existe um movimento de casais fazendo cursos de primeiros cuidados com o bebê porque os homens têm percebido e tido vontade de ocupar esse lugar, mas esse é um movimento muito recente. Para ela a maioria acredita que esse lugar ainda é da mãe.

A profissional também relata que o pai precisa receber acolhimento familiar, o que irá favorecê-lo no seu processo de paternagem na figura do cuidador do seu filho.

"A chegada de um filho é importante também para o pai e ele merece atenção e acolhimento. Muitos não recebem tanta atenção afetiva, são mais cobrados e se cobram a resolver a parte prática da vida, negligenciando o contato afetivo", conclui Luana.

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