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Justiça analisa os passos de suposto assassino de Marielle antes do crime

Ronnie Lessa pesquisou sobre parlamentares, armas, endereços

Por Mario Hugo Monken em 16/03/2019 às 13:19:03

Ronnie Lessa realizou várias pesquisas antes do crime. Foto: Reprodução

Dias antes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, o policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado com o autor dos tiros, teria iniciado buscas para identificar parlamentares que votaram contra a intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro. Marielle teria sido relatora de comissão instalada na Câmara de Vereadores do Município do Rio de Janeiro para acompanhar e fiscalizar a intervenção. Antes dos homicídios, no mesmo mês de março de 2018, ele pesquisou perfis de mulheres negras com o similar engajamento político da vítima Marielle, como ´Kenia Maria´ e ´Iza Cantora´.

Endereços pesquisados

Além disso, no dia 02/03/18, ele teria pesquisado o endereço ´Av. Rui Barbosa, 10 - Flamengo´, bastante próximo ao endereço ´Rua Martins Ribeiro, 38 - Flamengo´, onde, segundo dados coletados na agenda da vítima, ela teria estado no mesmo dia em que realizada a pesquisa pelo acusado.

Já no dia 06/03/18, ele pesquisou ´Campus da Praia Vermelha da UFRJ" sendo que a vítima, naquele dia, de acordo com dados de sua agenda virtual, teria participado de uma aula em curso pré-vestibular no campus do Centro - IFCS, Largo de São Francisco de Paula.

No dia 08/03/18, ele pesquisou ´Praça São Salvador, Laranjeiras´, local supostamente conhecido como reduto de simpatizantes do partido PSOL e próximo ao curso de inglês frequentado pela vereadora, onde ela teria estado no dia seguinte, 09/03/18, também de acordo com seu calendário ´google´.

Em 12/03/18, dois dias antes dos crimes, ele pesquisou ´Rua do Bispo, nº 227 - Rio Comprido´, local onde, naquele dia, na parte da manhã, Marielle teria estado, conforme cópias de conversas no ´whatsapp´ colhidas do celular dela e relatório do GPS da vítima.

Este local seria residência de Eduardo Alves de Carvalho, assessor do deputado federal Marcelo Freixo, que é ex-marido de Marielle, o qual teria dito, em depoimento, que, naquele dia, de fato, se encontrara com a vereadora em tal endereço.

Lessa também teria, antes dos assassinatos, feito uma série de pesquisas direcionadas a certos políticos e partidos, utilizando como parâmetros, por exemplo, ´morte ao PSOL´, ´ditadura militar´, ´estado islâmico, Marcelo Freixo´, ´morte+de+marcelo+freixo´, ´marcelo freixo enforcado´, ´lula enforcado´, ´dilmarousseff morta´, ´Adriana Peixoto de Oliveira Freixo´ (esposa de Marcelo Freixo), ´ONG Redes da Maré´, ´Lidiane MalanquiniMagacho´,´Eliana Souza Silva´, ´Marina Motta + anistia internacional´, ´Isadora Freixo´ (filha do deputado Marcelo Freixo).

Busca por armas

O policial reformado também realizou, poucos meses antes do crime, pesquisas ´online´ acerca de acessórios para submetralhadora HK MP, especialmente ´silenciadores. E, segundo alegado, os crimes teriam sido perpetrados com uso de silenciador.

As pesquisas realizadas pelo acusado teriam registrado ´adesivo anti radar´, utilizado para impedir registro de placa de veículos por radares de fiscalização; ´rastreador veicular sem fio com bateria de longa duração´, comprado e entregue em sua residência; mira de ferro, utilizada para auxiliar na mira de arma; ´sites´ com informações sobre caixa impermeável para enterrar armas de até 114 cm, caixa comprada pelo PM e entregue em sua residência; pesquisas sobre ferramenta para abrir 'roscas' em material metálico; pesquisas para aprender a desfazer sincronização do ´googlechrome´ e; por fim, uso do equipamento ´jammer´, utilizado para neutralizar sinais GPS/GPRS e bloqueio de sinais de celular GSM.

Segundo os autos, no dia 15/10/18, a Divisão de Homicídios recebeu denúncia anônima telefônica informando que o autor dos crimes seria o policial militar reformado identificado então apenas como ´Lessa´, vulgo ´perneta´, egresso do BOPE. Afirmou que o crime teria sido encomendado pelo valor de R$ 200.000,00 e que, antes da execução, ´Lessa´ teria estado no restaurante ´Tamboril´, na localidade ´Quebra Mar´.

Há informações também que o veículo clonado utilizado no crime realizou nas datas de 01/02, 02/02, 07/02 e 14/02 de 2018, ou seja, cerca de um mês antes, trajetos semelhantes ao verificado no dia dos delitos.

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