O cirurgião plástico Antônio Pitanguy ressalta que para se ter uma rotina cirúrgica que proporcione bons resultados é preciso estar atento ao que há de novo na medicina.“O enxerto de gordura é um bom exemplo. Podemos utilizar a gordura da própria paciente para corrigir, harmonizar e devolver volume às regiões que a incomodam, e já foi amplamente aceito pela comunidade científica”,afirma o especialista.
O médico alega que há uma grande variedade de cânulas no mercado com finalidades cada vez mais específicas.
“As cânulas servem para aspirar e também para enxertar a gordura. Hoje, contamos com cânulas específicas para enxerto de gordura em regiões de face, possibilitando melhores resultados com ajustes finos e precisos.Temos no mercado cânulas de até 7 milímetros, que são bem fininhas, bem delicadas, para que a gente possa fazer enxertos em regiões específicas no rosto como a região das olheiras, dos lábios, do bigode chinês. Nós conseguimos bons resultados com o enxerto de gordura, que vem da própria pessoa. É possível volumizar e melhorar a qualidade da pele da paciente de forma segura. Esse procedimento tem a vantagem de não precisar ser necessariamente repetido como os preenchimentos com ácido hialurônico”.
Antes, o calibre das cânulas era maior, o que dificultava um trabalho mais delicado, sobretudo, em regiões como o sub- mento (pescoço) explica o médico.
“Com essas novas cânulas pode-se também lipoaspirar o pescoço daqueles pacientes que têm acúmulo de gordura na região da papada, naqueles pacientes jovens e em pacientes que vão se submeter à cirurgia de face”.
Antônio Pitanguy comenta que a lipoaspiração dá um bom resultado na região cervical do pescoço, mas é necessário fazer um teste para ver se o paciente vai se beneficiar realmente com a lipoaspiração.
“No pescoço, as cânulas também devem ser delicadas com espessura em torno de dois a três milímetros, dependendo do caso, para que a gente possa ter um resultado preciso e fino. Em duas semanas, a paciente está totalmente restabelecida e apta a retornar suas atividades. Parte da gordura é absorvida, que varia de organismo para organismo. E uma parte fica. A parte que fica é um preenchimento permanente e não precisa ser refeito”.
No caso de prótese com chip, o médico alerta que pode auxiliar muito o cirurgião, principalmente, se houver rompimento.
“O chip fornece informações relativas ao implante. Pode ajudar os pacientes na rastreabilidade do implante utilizado. A tecnologia atual permite a leitura do número de série eletrônico através de radiofrequência. As informações da prótese são sempre úteis e necessárias em caso de re-operação.
Segundo Antônio Pitanguy, no futuro, a tecnologia de prótese com chip evoluirá a ponto de possibilitar a leitura de outras informações relevantes.
“É uma tecnologia inovadora que permite que nós consigamos informações sobre o modelo, o formato, volume e o número de série da prótese através de um leitor externo. Se a paciente perder o cartão da prótese e não lembrar o volume que colocou, poderá ser prejudicial para ela. Se depois de 10 anos a paciente não estiver satisfeita com formato ou volume aplicado na cirurgia e ter perdido o cartão, nós ficamos numa situação difícil. O chip nos ajuda a saber as informações do que foi implantado.O leitor consegue ler as informações da prótese de fora da pessoa. A medicina está caminhando para que um implante com chip possa ter todas as informações médicas, como alergia, quantas cirurgias já fizeram, tipo sanguíneo, etc”, finaliza o médico.
A cirurgia plástica por um longo período de tempo foi realizada por um cirurgião geral, mas a partir do século XVIII, as especializações médicas começaram a surgir. Embora o termo cirurgia plástica tenha sido usado pela primeira vez em 1838, por Edward Zeis, só a partir da I Guerra Mundial (1914-1918), que este tipo de procedimento cirúrgico se constituiu em uma especialidade médica.