O governo do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou o cancelamento do contrato com a concessionária privada do Maracanã. A alegação foi descumprimento do contrato de concessão, que valeria por 35 anos. A concessionária, que tem a Odebecht como controladora, não paga as prestações desde maio de 2017. A dívida acumulada soma R$ 38 milhões. Durante as obras, o custo subiu de R$ 705 milhões para R$ 1,211 milhões. Houve direcionamento de funcionários e compra de argamassa por três vezes o preço de mercado, entre outros itens que o Tribunal de Contas do Estado revelou faturamentos de até 211%.
Contrato previa a manutenção da cobertura do estádio pelo desenho original, preservando o exterior tombado pelo Patrimônio Histórico. No entanto, a cobertura cedeu durante as obras e a nova foi construída por R$ 274 milhões, seis vezes o custo da original. A decisão do governador Wilson Witzel, anunciada com o secretário de Esportes e o secretário da Casa Civil, põe fim a um impasse que se arrastava desde o fim dos Jogos Olímpicos de 2016, quando o consórcio privado retomou a gestão do estádio, construído para a Copa do Mundo de 1950 e que abrigou também a decisão da Copa do Mundo de 2014 e as solenidades de abertura e encerramento dos Jogos Rio 2016, entre outros momentos marcantes.
O governador prometeu nova licitação para transferir ao setor privado a gestão do estádio, sem marcar data, e garantiu que não haverá prejuízos aos clubes cariocas nem à realização da Copa América 2019, cuja final e mais três jogos estão previstos para o Maracanã.
O Flamengo, que teve no estádio quatro dos cinco maiores públicos do País no ano mas nem assim teve lucro como mandante, parabenizou a iniciativa do governo estadual por meio de uma nota oficial: "O Clube de Regatas do Flamengo parabenizou a decisão do Excelentíssimo Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sr. Wilson Witzel, em cancelar a atual concessão do Maracanã. Esperamos que a nova licitação, corrija um dos grandes problemas do edital passado contemplando agora a possibilidade dos clubes do Rio de Janeiro participarem da administração daquele que é um verdadeiro templo do Futebol mundial", diz o comunicado.
O Fluminense, também via nota, "avalia como positiva a decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro e espera que, a partir de agora, os clubes passem a ter participação mais ativa na concessão e administração do estádio". O Vasco, que também atua no Maracanã, ainda não se manifestou.
O Vasco, em nota," está convicto de que a decisão do Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sr. Wilson Witzel, que anunciou hoje o cancelamento do contrato de concessão do Maracanã, tem como objetivo a proteção do bem público e o fortalecimento do futebol do Estado".