Manifestantes fecham na manhã desta segunda-feira a linha do BRT Transoeste na estação Mato Alto em protesto contra a possível paralisação do sistema e pelas condições em que os ônibus trafegam. Com isso, os ônibus do corredor circularam apenas entre as estações Jardim Oceânico e Notre Dame.
O impasse entre o interventor do BRT, Luiz Alfredo Salomão, e os administradores do consórcio provoca o temor da população local pela paralisação do sistema na Zona Oeste. Populares começaram a chegar às 6 h e ocuparam fecharam pistas do BRT na Estação Mato Alto. Com cartazes cobrando melhorias no sistema, os manifestantes impediram a circulação de ônibus, das 6 h às 9 h.
A equipe de intervenção marcou reunião com representantes dos manifestantes para as 15 h desta segunda-feira, no Centro de Operações, na Alvorada.
Os passageiros reclamam das péssimas condições em que se encontram os ônibus das linhas do BRT que operam na Transoeste. Os veículos trafegam lotados, sem ar condicionado e com portas abertas. Por conta do mau funcionamento, a prefeitura decretou intervenção no dia 29 de janeiro. Desde então, o interventor Luiz Alfredo Salomão diz que encontra dificuldades junto aos operadores.
O impasse
O interventor afastou o presidente do consórcio, Jorge Dias, responsável pelos repasses e pagamentos a fornecedores. A decisão desagradou os empresários do BRT. Eles se recusaram a indicar um representante para assinar as transferências bancárias.
A Justiça reconheceu o afastamento do ex-presidente, de modo que ele não pode mais assinar, naturalmente. Os empresários não aceitaram e quiseram forçar a volta do presidente afastado. O interventor está tentando resolver com o Banco Itaú o repasse dos pagamentos, baseado no decreto da intervenção.
“Os operadores que levaram o BRT a esta situação têm feito de tudo para impedir que a Intervenção trabalhe para corrigir o sistema. Este grupo não aceita a decisão da Justiça, que reconheceu o afastamento do antigo presidente. Eles se recusam a substituí-lo por outro representante para assinar o repasse da receita aos operadores e pagar fornecedores. Ora, se o ex-presidente está afastado, com chancela da Justiça, como pode continuar à frente das finanças do sistema?”, disse Luiz Alfredo Salomão em nota divulgada na última sexta-feira.