Reviravolta no caso que aconteceu em setembro do ano passado envolvendo o vereador e vice-presidente de Futebol do Flamengo, Marcos Braz, flagrado por câmeras de segurança de um shopping da Zona Oeste do Rio brigando com um torcedor rubro negro. Novas imagens da pancadaria mostram o político partindo para cima do torcedor aos socos e pontapés. A vítima, o entregador de aplicativo Leandro Campos, ainda teve uma das pernas mordida por Braz.
Na época das agressões, Marcos Braz afirmou, numa coletiva de imprensa, que havia sido ameaçado de morte na frente da sua filha, pelo torcedor, no momento em que efetuava a compra de um presente em uma das lojas do shopping. Porém, pelos novos registros das câmeras de segurança do estabelecimento é possível ver o vereador correndo atrás de Leandro em frente a uma joalheria. O torcedor cai no chão e, na sequência, leva três socos na cabeça e um tapa no rosto deferidos por Marcos Braz e pelo segurança Carlos André, que estava acompanhando o político.
Segundo o promotor do caso, os golpes acertaram Leandro na altura do pescoço, pelas costas, além da mordida na coxa direita, comprovada em exame de corpo de delito. Já em relação ao corte no nariz do dirigente do Flamengo, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que não há provas de que o ferimento tenha sido causado pelo torcedor.
Na avaliação do promotor, as novas imagens desmontam a versão apresentada por Braz, pois elas comprovam que a filha do vereador não presenciou a confusão, como ele havia afirmado. Os registros mostram a menina saindo da loja na companhia de duas amigas antes de começar a pancadaria. Ao Portal Eu, Rio! e Programa Direto da Redação, o advogado Raphael Mattos, responsável pela defesa do político, afirma que o seu cliente estava sendo perseguido por integrantes de uma torcida organizada e enumera uma série de fatos que podem configurar crimes contra Marcos Braz.
Assista na entrevista no vídeo:
Após as agressões, Marcos Braz e o entregador Leandro Campos prestaram depoimento na delegacia e, posteriormente, o caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal. Na ocasião, o delegado considerou que os dois envolvidos deveriam responder por lesão corporal. No entanto, de posse das novas imagens, o Ministério Público concluiu que apenas Braz e o segurança Carlos André devem responder por esse crime. A primeira audiência do caso chegou a ser agendada para o fim de novembro, mas foi adiada para o dia 27 de fevereiro.
No momento em que estava acontecendo a pancadaria entre Marcos Braz e o entregador Leandro Campos, no shopping da Zona Oeste, na Câmara Municipal do Rio, que fica no Centro da cidade, era realizada uma votação e o painel da Casa Legislativa anunciava a presença de Braz. Depois que as agressões vieram à tona, a Câmara computou a ausência do vereador e ele teve R$ 567 descontado do seu salário em outubro.