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Autor niteroiense será agraciado com medalha José Cândido de Carvalho

Na ocasião, Jordão Pablo lança o livro "O Mar do Meu Velho"

Por André Luiz Coutinho em 05/07/2018 às 14:00:16

Jordão Pablo recebe a medalha escritor José Cândido de Carvalho da Câmara Municipal de Niterói no dia 25, em Niterói. (Divulgação)

Um dos ferrenhos defensores da democratização do acesso à cultura em Niterói há quase uma década, o escritor e produtor cultural Jordão Pablo de Pão receberá a medalha escritor José Cândido de Carvalho, da Câmara Municipal de Niterói. O ato será durante o lançamento de seu livro "O Mar do Meu Velho" no próximo dia 25 de julho no Solar do Jambeiro no Ingá, Zona Sul da Cidade.

A honraria, concedida por decreto legislativo a escritores, jornalistas e profissionais que se expressam através da palavra, a medalha é uma homenagem ao escritor de mesmo nome nascido em Campos dos Goytacazes, mas que viveu metade de sua vida em Niterói. Ele foi autor de célebres romances, o mais conhecido deles talvez seja "O coronel e o lobisomem", de1964. Membro da Academia Brasileira de Letras e detentor dos principais prêmios das letras nacionais, José Cândido de Carvalho liderou diretorias e movimentos de importantes entidades culturais e tem seu nome celebrado como patrono desta honraria. Os agraciados com a condecoração, como Jordão Pablo, têm expressiva atividade em defesa da cultura no cenário local.

A indicação de Jordão ao prêmio foi uma indicação do vereador Leonardo Giordano (PCdoB). "Sinto que o trabalho destes dez anos valeu a pena. Quando cheguei à cultura niteroiense, por concurso público, ainda terminando a graduação, não poderia supor que meus escritos e minha vontade de defender a literatura como arte de integração e de transformação fossem um dia reconhecidos pela Câmara Municipal de nossa Niterói. Nestes trinta anos de vida, é uma das mais contundentes formas de reconhecimento que tive", revela o agraciado pela medalha.

Recentemente empossado como membro da Academia Niteroiense de Letras, Jordão está lançando seu terceiro trabalho individual. "O Mar do Meu Velho" é uma antologia de poemas e contos com a temática ligada ao mar, modo de vida de seu pai, o velho citado no título e que era pescador. "De certa forma, eu nasci respirando o mar, comendo suas espécies, ouvindo seus desafios. Além disso, sempre gostei de mitos. Toda narrativa que remete à tradição de heróis, sobretudo ao grande horizonte religioso que nós brasileiros temos, faz parte da minha zona de interesse, de investigação e-ou de conhecimento mais primitivo. Uso de memórias e de relatos orais para, com intertextos, remontar a aventura que é viver nos oceanos. Não é sem orgulho que comungo o nome do meu amado pai, também Jordão", explica.

Ele ainda relata as dificuldades que tem ao tentar levar a cultura para todos. "Como produtor literário, coloco a promoção de eventos gratuitos ao público na linha de frente desta batalha. Ainda assim, os resultados não são tão bons como esperaria. Estamos vivendo uma época em que a impressão de consumir conteúdo se sobrepõe à experiência de produzi-lo. Parece-me que os meios de expressão tecnológicos aumentam em quantidade o que se diz e o que se consome, mas não há adesão intelectual à cultura que requer trabalho para fruição. Infelizmente, nesta contenda, é a cultura folclórica e a mais tradicional que sofre diretamente, pois necessitam de um repertório muito elaborado para a recepção imediatista a que estamos expostos e valorizada como positiva", avalia.

Jordão ainda afirma que se tornar membro da Academia Niteroiense de Letras foi a realização de um sonho e também um divisor de águas em sua vida. "O carinho com que sou recebido, o reconhecimento do trabalho que venho exercendo já há mais de dez anos de maneira comprometida e sem expressivo retorno financeiro, corroboram esta percepção de que estou, ao menos profissionalmente, pleno. Minha empreitada é levar a literatura a cada espaço, em cada oportunidade. E isso se renovará sempre, o que me põe em movimento. Estar na Academia Niteroiense de Letras representa, do ponto de vista profissional, a possibilidade de mostrar a novos autores que o tempo de escrita não é um tempo perdido, que registrar seus pensamentos e suas percepções não é vão, em uma escala de abrangência muito maior do que nas palestras que ministro, além de abrir novos horizontes para as atividades de produção literária, criação de conteúdo, revisão de texto e docência que já fazem parte de minha rotina", conta ele que por fim também fala sobre seu processo de criação. "Escrevo para dar vazão ao meu sentimento criativo, para me colocar no mundo de forma verdadeira (lembro sempre que falo da minha - e apenas minha - verdade) sobre como é ser quem sou. Na perspectiva pessoal, o entendimento de que todo o trabalho que realizei nestes muitos anos não foi em vão. O Jordão escritor se alimenta de inspiração; o Jordão afeto se faz mais consciente de que só o amor pode nos salvar, sendo a literatura uma de suas manifestações mais claras; ao Jordão leitor se abre um novo horizonte de livros e muitos outros autores-amigos. Minha síntese está na frase que repito à exaustão: A del

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