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“O Caminho de Volta - A Outra História do Rio de Janeiro” tem apresentações gratuitas

Ato cênico será apresentado no Parque do Flamengo até dia 29 de maio

Por Portal Eu, Rio! em 26/03/2024 às 16:22:44

Foto: Divulgação

Com apresentações gratuitas, o espetáculo “O Caminho de Volta - A Outra História do Rio de Janeiro” vem sendo idealizado há seis anos, quando o diretor e ator Álamo Facó mergulhou na pesquisa sobre sua ancestralidade e o início da cidade do Rio de Janeiro, desenterrando a versão não contada dessa história. O ato cênico será apresentado no Parque do Flamengo, entre os dias 26 de março e 29 de maio, às terças e quartas , sempre às 20 horas.

Álamo mergulhou em viagens na busca de sua ascendência, imergindo em vivências, lutas e manifestações. Quando chegou à história da Baía de Kuanapara, do século XVI, algo lhe deixou em choque: há muitos detalhes desse território e período enterrados num proposital esquecimento.

A história do início do Rio de Janeiro é contada pela primeira vez por esse "lado de cá da baía", o da taba Karioka, da Paliçada de Uruçumirim, onde nasceu a maior organização de combate à escravização indígena que já se teve notícia. “O sentimento de disponibilidade para uma manifestação ancestral é enorme”, pontua Álamo.

“Queremos tentar elucidar ao povo carioca e aos seus visitantes sobre como devemos olhar para o passado e enxergar como essa história foi propositalmente distorcida. A escravização indígena é pouquíssimo falada em centros de discussões, em congressos, universidades e é detalhada em cartas e livros. Desejamos enaltecer o povo tupinambá e sua importância histórica na contemporaneidade”, completa.

Uma história épica, de um povo enorme e presente em tudo que envolve a ideia de Brasil, porém apagado intencionalmente. Dentro dessa perspectiva, Álamo entende que ao assistir a peça, o público terá a certeza de como as populações indígenas foram e são subjugadas e perseguidas na construção de um Brasil controverso. E acredita que o público sairá da experiência sendo capaz de contar essa história por essa nova e mais fiel versão dos fatos.

“Ainda há muito massacre, muito homicídio, muita morte, muito mercúrio no corpo de crianças. Mas é um momento onde vemos indígenas nas favelas, nos presídios, e assistimos a indígenas indicados ao Oscar sendo chamados para falar na ONU, em conferências de lideranças mundiais e ouvidos por presidentes do mundo inteiro. Então, essa peça busca elucidar aqueles que não estão acompanhando esses fenômenos acontecerem e compreenderem o passado de forma mais coerente”, afirma o diretor e autor.

Para a realização do espetáculo, o diretor convidou um coletivo de artistas anti-coloniais, de maioria indígena. Junto a eles, Álamo conta a história da taba Karioka, do período de paz e fartura à luta que segue até os dias de hoje. Ele faz um comparativo com o período e os tempos atuais.

“Muita coisa se manteve, a forma que a gente lida com as festas e com os adornos de Carnaval. A forma com que a milícia armada invade territórios indígenas, hoje, é bem parecida com os ataques dos pêros do século XVI. Muita coisa se manteve de lá para cá e a gente muitas vezes não liga uma coisa à outra. A peça colabora para que esses pontos se liguem”, analisa.

A peça é contemplada pelo Foca - Fomento da Cultura Carioca - com nota máxima, sendo classificada em primeiro lugar. Chegando de forma confortável em estacionamento gratuito do parque, o público é levado a se acomodar em esteiras e redes para mergulhar na história do nascimento dessa cidade, agora contada pela primeira vez por personagens indígenas, mamelucos e alguns franceses que lutaram do lado de cá da baía e criaram a maior organização de combate à escravização indígena que já se teve notícia: a Confederação dos Tamoios, numa peça sobre o amor por essas terras e a luta pela liberdade.

SERVIÇO:

De 26 março a 29 de Maio de 2024

Dias: terças e quartas

Horário do encontro: 19:30 . Início do espetáculo : 20:00 hrs

Local: Parque do Flamengo - Altura da Rua Oswaldo Cruz

Ponto de encontro: Cacto brasileirinho - em frente ao Restaurante Assador

Ponto de referência: ao lado do estacionamento do Restaurante Assador

Obs: Em caso de chuva não haverá espetáculo

GRATUITO

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