Em 100 dias, o Laboratório de Dados sobre violência armada Fogo Cruzado registrou 2339 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Foram, em média, 23 registros por dia, que resultaram no total de 459 mortos e 406 feridos. No mesmo período do ano passado, foram 2413 tiroteios/disparos de arma de fogo no Grande Rio.
No ranking de municípios com mais tiroteios/disparos de arma de fogo neste período de 2019 estão: Rio de Janeiro (1359), São Gonçalo (227), Belford Roxo (191), Duque de Caxias (132) e Niterói (128). Entre as regiões, a zona norte do Rio teve o maior número de registros (723). Foi nessa área que uma mulher grávida e seu bebê de 8 meses foram baleados na noite do último sábado (6), no bairro Costa Barros. O bebê foi atingido na cabeça por 1 dos 3 tiros que acertaram a mãe.
Confira mais detalhes sobre estes 100 primeiros dias de 2019:
O Rio de Janeiro liderou a lista de municípios com mais registros de tiros com 1359 notificações, seguido de São Gonçalo (227), Belford Roxo (191), Duque de Caxias (132) e Niterói (128).
Os bairros do Grande Rio com maior número de registros de tiroteios/disparos de arma de fogo foram: Complexo do Alemão (103), Praça Seca (94), Vila Kennedy (84), e Tijuca e Cidade de Deus (54, cada um). Só no mês de março, a Praça Seca teve 46 notificações e ficou no topo do ranking de bairros com mais tiros.
Além de liderar a lista de bairros, o Complexo do Alemão também está em primeiro lugar entre as áreas com UPP com mais registros de tiroteios – foram 103 em 100 dias – uma média de mais de 1 tiroteio por dia. O ranking segue com Complexo da Penha (67), Complexo de Manguinhos (36) e Macacos (29).
Entre as regiões do Grande Rio, a zona norte foi a que apresentou maior número de registros de tiroteios/disparos de arma de fogo (723) – o que representa 31% do total de toda região metropolitana (2339). Em segundo lugar está a baixada fluminense (565), seguida da zona oeste (422) e leste metropolitano (415). As regiões do Centro e Zona Sul da Capital, juntas, não somam 10% das notificações
Nos 100 primeiros dias de 2019 houve 22 tiroteios com 3 ou mais civis mortos em uma mesma ocasião – exatamente a mesma quantidade de casos dos 100 primeiros dias de 2018. Os casos de 2019, no entanto, resultaram em 89 mortos – 7% a mais do que o mesmo período de 2018, quando foram registradas 83 mortes. Outra diferença importante é que, em 2018, metade desses casos envolveram a presença de agentes de segurança (11), em 2019 a participação destes mesmos agentes aumentou para 17 casos.
Houve uma redução de 29% no número de agentes de segurança baleados neste período de 100 dias de 2019 (68) em relação ao mesmo período do ano passado (96). Dentre os 15 registros de agentes mortos este ano, 13 estavam fora de serviço.
Este ano, 59 pessoas foram vítimas de bala perdida em 100 dias de 2019 – 15 morreram. O número é um pouco menor que mesmo período de 2018, que teve apenas 3 casos a mais (62, sendo 16 mortos).
Em 100 dias, 3 crianças (1 morreu), 28 adolescentes (17 morreram) e 10 idosos (7 morreram) foram baleados no Grande Rio. No mesmo período de 2018, 9 crianças haviam sido baleadas no Grande Rio – das quais, 3 morreram. Em relação aos adolescentes, houve aumento de 6% no número de mortos por arma de fogo este ano.