O youtuber Felipe Neto conseguiu, nesta semana, na justiça, que uma postagem feita contra ele no twitter pelo deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) fosse retirada do ar. Na postagem que aconteceu no dia 30 de março, o deputado acusava Felipe de incitar, em um vídeo de 2016, o crime que aconteceu na Escola Raul Brasil em Suzano.
"Quando digo que pais não devem deixar os filhos assistirem aos vídeos do Felipe Neto, não é brincadeira. Em 2016, ele fez vídeo ensinando a entrarem em sites da deepweb. Agora descobriram que os assassinos de Suzano pegaram informações para o massacre num dos sites após assistirem ao vídeo.”, disse o deputado Carlos Jordy na rede social.
Após a publicação feita por Carlos Jordy, Felipe Neto respondeu no twitter que o deputado federal cometeu crime de calúnia e que iria acioná-lo judicialmente.
"Um Deputado federal vindo a público cometer crime de calúnia. 1) Ele não sabe o que é deep web e nunca ensinei nada disso; 2) A mentira de que os terroristas conheceram os chans por minha causa foi armada pelos próprios chans; 3) Vai responder criminalmente.”, disse o youtuber.
O deputado federal respondeu a Felipe na época que “estava aguardando” a ação judicial.
Na última segunda (08), Felipe Neto conseguiu na justiça que o pedido de liminar de retirada da postagem, que envolve a acusação de calúnia e difamação, fosse atendido pelo juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira, que multou o twitter em mil reais por dia.
“Na medida em que é grave a acusação de que o Autor, de alguma forma, estaria vinculado ao bárbaro crime de Suzano, bem como o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo decorrente do manifesto dano à imagem de se vê associado a uma prática criminosa, defiro a tutela antecipada de urgência para determinar a exclusão do tweet”, manifestou-se o juiz na decisão.
O influenciador digital comemorou, em seu perfil no twitter, a 1ª vitória na ação.
“Juiz acaba de deferir minha liminar, ordenando que o post do Deputado Federal do PSL, Carlos Jordy, me associando ao atentado de Suzano, seja apagado imediatamente.
Agora vamos seguir com o processo até que a justiça seja feita!” disse a postagem de Felipe Neto.
O Portal Eu Rio procurou a assessoria de comunicação do influenciador digital que emitiu a seguinte nota:
“Por meio de sua assessoria de imprensa, Felipe Neto comunica que na última segunda-feira, 8, a liminar ordenando que o post do Deputado Federal do PSL, Carlos Jordy, o associando ao atentado de Suzano, foi deferida a seu favor.
Após a decisão judicial, a postagem foi retirada voluntariamente pelo parlamentar. No entanto, o processo ainda não foi finalizado. Segundo os advogados do empresário e influenciador digital, há também pedidos de retratação pública e de indenização, os quais serão julgados a seu tempo, após o desenrolar do processo.
Uma figura representante da sociedade que vem a público cometer crime de calúnia e difamação não pode achar que é intocável e protegida pela lei. É preciso que todas as pessoas, não importa o status, cargo ou classe social, percebam que as manifestações em espaço virtual trazem consequências reais e que a internet não é um espaço imune à lei”, destacou Felipe Neto. Procurada, a assessoria do deputado não retornou o contato.
A deepweb é uma zona da internet onde os usuários não podem ser detectados. Nesse espaço, o usuário se esconde no anonimato e participa de vários fóruns onde ocorre a prática de crimes, como pedofilia e racismo. Os chans são os frequentadores desses fóruns. Alguns dias após o massacre de Suzano, alguns desses frequentadores também tentaram associar o influenciador ao massacre.